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sábado, 10 de agosto de 2013

A Pequena Alma




Era uma vez, em tempo nenhum, uma Pequena Alma que disse a Deus: 
- Eu sei quem sou!
E Deus disse:
- Que bom! Quem és tu?
E a Pequena Alma gritou: - Eu sou Luz
E Deus sorriu.
- É isso mesmo! - exclamou Deus - Tu és Luz!
A Pequena Alma ficou muito contente, porque tinha descoberto aquilo que todas as almas do Reino deveriam descobrir. - Uauu, isto é mesmo bom! - disse a Pequena Alma.
Mas, passado pouco tempo, saber quem era já não lhe chegava. A pequena Alma sentia-se agitada por dentro, e agora queria ser quem era. Então foi ter com Deus (o que não é má ideia para qualquer alma que queira ser Quem Realmente É) e disse:
- Olá Deus! Agora que sei Quem Sou, posso sê-lo?
E Deus disse:
- Quer dizer que queres ser Quem já És?
- Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e outra coisa é sê-lo mesmo. Quero sentir como é ser a Luz! - respondeu a pequena Alma.
- Mas tu já és Luz - repetiu Deus, sorrindo outra vez.
- Sim, mas quero senti-lo! - gritou a Pequena Alma.
- Bem, acho que já era de esperar. Tu sempre foste aventureira - disse Deus com uma risada. Depois a sua expressão mudou.
- Há só uma coisa...
O quê? - perguntou a Pequena Alma.
- Bem, não há nada para além da Luz. Porque eu não criei nada para além daquilo que tu és; por isso, não vai ser fácil experimentares-te como Quem És, porque não há nada que tu não sejas.
- Hã? - disse a Pequena Alma, que já estava um pouco confusa.
- Pensa assim: tu és como uma vela ao Sol. Estás lá sem dúvida. Tu e mais milhões, ziliões de outras velas que constituem o Sol. E o Sol não seria o Sol sem vocês. "Não seria um sol sem uma das suas velas... e isso não seria de todo o Sol, pois não brilharia tanto. E no entanto, como podes conhecer-te como a Luz quando estás no meio da Luz - eis a questão".
- Bem, tu és Deus. Pensa em alguma coisa! - disse a Pequena Alma mais animada.

Deus sorriu novamente.
- Já pensei. Já que não podes ver-te como a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te de escuridão - disse Deus. - O que é a escuridão? perguntou a Pequena Alma.
- É aquilo que tu não és - replicou Deus.
- Eu vou ter medo do escuro? - choramingou a Pequena Alma.
- Só se o escolheres. Na verdade não há nada de que devas ter medo, a não ser que assim o decidas. Porque estamos a inventar tudo. Estamos a fingir.
- Ah! - disse a Pequena Alma, sentindo-se logo melhor.

Depois Deus explicou que, para se experimentar o que quer que seja, tem de aparecer exactamente o oposto.
- É uma grande dádiva, porque sem ela não poderíamos saber como nada é - disse Deus - Não poderíamos conhecer o Quente sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem o Lento. Não poderíamos conhecer a Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o Agora sem o Depois. E por isso, - continuou Deus -quando estiveres rodeada de escuridão, não levantes o punho nem a voz para amaldiçoar a escuridão.

"Sê antes uma Luz na escuridão, e não fiques furiosa com ela. Então saberás Quem Realmente És, e os outros também o saberão. Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos saibam como és especial!"
- Então posso deixar que os outros vejam que sou especial? - perguntou a Pequena Alma. 
- Claro! - Deus riu-se. - Claro que podes! Mas lembra-te de que "especial" não quer dizer "melhor"! Todos são especiais, cada qual à sua maneira! Só que muitos esqueceram-se disso. Esses apenas vão ver que podem ser especiais quando tu vires que podes ser especial!
- Uau - disse a Pequena Alma, dançando e saltando e rindo e pulando. - Posso ser tão especial quanto quiser! - Sim, e podes começar agora mesmo - disse Deus, também dançando e saltando e rindo e pulando juntamente com a Pequena Alma - Que parte de especial é que queres ser?
- Que parte de especial? - repetiu a Pequena Alma. - Não estou a perceber.
- Bem, - explicou Deus - ser a Luz é ser especial, e ser especial tem muitas partes. É especial ser bondoso. É especial ser delicado. É especial ser criativo. É especial ser paciente. Conheces alguma outra maneira de ser especial?
A Pequena Alma ficou em silêncio por um momento.
- Conheço imensas maneiras de ser especial! - exclamou a Pequena Alma - É especial ser prestável. É especial ser generoso. É especial ser simpático. É especial ser atencioso com os outros.
- Sim! - concordou Deus - E tu podes ser todas essas coisas, ou qualquer parte de especial que queiras ser, em qualquer momento. É isso que significa ser a Luz.
- Eu sei o que quero ser, eu sei o que quero ser! - proclamou a Pequena Alma com grande entusiasmo. - Quero ser a parte de especial chamada "perdão". Não é ser especial alguém que perdoa?
- Ah, sim, isso é muito especial, assegurou Deus à Pequena Alma.
- Está bem. É isso que eu quero ser. Quero ser alguém que perdoa. Quero experimentar-me assim - disse a Pequena Alma. - Bom, mas há uma coisa que devias saber - disse Deus.

A Pequena Alma já começava a ficar um bocadinho impaciente. Parecia haver sempre alguma complicação.
- O que é? - suspirou a Pequena Alma.
- Não há ninguém a quem perdoar.
- Ninguém? A Pequena Alma nem queria acreditar no que tinha ouvido.
- Ninguém! - repetiu Deus. Tudo o que Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha à tua volta.

Foi então que a Pequena Alma reparou na multidão que se tinha aproximado. Outras almas tinham vindo de todos os lados - de todo o Reino - porque tinham ouvido dizer que a Pequena Alma estava a ter uma conversa extraordinária com Deus, e todas queriam ouvir o que eles estavam a dizer.
Olhando para todas as outras almas ali reunidas, a Pequena Alma teve de concordar. Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou menos perfeita do que ela. Eram de tal forma maravilhosas, e a sua Luz brilhava tanto, que a Pequena Alma mal podia olhar para elas.
- Então, perdoar quem? - perguntou Deus.
- Bem, isto não vai ter piada nenhuma! - resmungou a Pequena Alma - Eu queria experimentar-me como Aquela que Perdoa. Queria saber como é ser essa parte de especial.
E a Pequena Alma aprendeu o que é sentir-se triste.
Mas, nesse instante, uma Alma Amiga destacou-se da multidão e disse:
- Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te - disse a Alma Amiga.
- Vais? - a Pequena Alma animou-se. - Mas o que é que tu podes fazer?
- Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!
- Podes?
- Claro! - disse a Alma Amiga alegremente. - Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.
- Mas porquê? Porque é que farias isso? - perguntou a Pequena Alma. - Tu, que és um ser tão absolutamente perfeito! Tu, que vibras a uma velocidade tão rápida a ponto de criar uma Luz de tal forma brilhante que mal posso olhar para ti! O que é que te levaria a abrandar a tua vibração para uma velocidade tal que tornasse a tua Luz brilhante numa luz escura e baça? O que é que te levaria a ti, que danças sobre as estrelas e te moves pelo Reino à velocidade do pensamento, a entrar na minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto de fazeres algo de mal?
- É simples - disse a Alma Amiga. - Faço-o porque te amo.
A Pequena Alma pareceu surpreendida com a resposta.
- Não fiques tão espantada - disse a Alma Amiga - tu fizeste o mesmo por mim. Não te lembras? Ah, nós já dançámos juntas, tu e eu, muitas vezes. Dançámos ao longo das eternidades e através de todas as épocas. Brincámos juntas através de todo o tempo e em muitos sítios. Só que tu não te lembras. Já fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo, a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali, o Agora e o Depois. Fomos o Masculino e o Feminino, o Bom e o Mau - fomos ambas a vítima e o vilão. Encontrámo-nos muitas vezes, tu e eu; cada uma trazendo à outra a oportunidade exacta e perfeita para Expressar e Experimentar Quem Realmente Somos.
- E assim, - a Alma Amiga explicou mais um bocadinho - eu vou entrar na tua próxima vida física e ser a "má" desta vez. Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu podes experimentar-te como Aquela Que Perdoa.
- Mas o que é que vais fazer que seja assim tão terrível? - perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa. - Oh, havemos de pensar nalguma coisa - respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.
Então a Alma Amiga pareceu ficar séria, disse numa voz mais calma:
- Mas tens razão acerca de uma coisa, sabes?
- Sobre o quê? - perguntou a Pequena Alma.
- Eu vou ter de abrandar a minha vibração e tornar-me muito pesada para fazer esta coisa não-muito-boa. Vou ter de fingir ser uma coisa muito diferente de mim. E por isso, só te peço um favor em troca.
- Oh, qualquer coisa, o que tu quiseres! - exclamou a Pequena Alma, e começou a dançar e a cantar: - Eu vou poder perdoar, eu vou poder perdoar!
Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.
- O que é? - perguntou a Pequena Alma. - O que é que eu posso fazer por ti? És um anjo por estares disposta a fazer isto por mim!
- Claro que esta Alma Amiga é um anjo! - interrompeu Deus, - são todas! Lembra-te sempre: Não te enviei senão anjos. E então a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.
- O que é que posso fazer por ti? - perguntou novamente a Pequena Alma.
- No momento em que eu te atacar e atingir, - respondeu a Alma Amiga - no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento...
- Sim? - interrompeu a Pequena Alma - Sim?
A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.
- Lembra-te de Quem Realmente Sou.
- Oh, não me hei-de esquecer! - gritou a Pequena Alma - Prometo! Lembrar-me-ei sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.
- Que bom, - disse a Alma Amiga - porque, sabes, eu vou estar a fingir tanto, que eu própria me vou esquecer. E se tu não te lembrares de mim tal como eu sou realmente, eu posso também não me lembrar durante muito tempo. E se eu me esquecer de Quem Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e ficaremos as duas perdidas. Então, vamos precisar que venha outra alma para nos lembrar às duas Quem Somos.
- Não vamos, não! - prometeu outra vez a Pequena Alma. - Eu vou lembrar-me de ti! E vou agradecer-te por esta dádiva - a oportunidade que me dás de me experimentar como Quem Eu Sou.

E assim o acordo foi feito. E a Pequena Alma avançou para uma nova vida, entusiasmada por ser a Luz, que era muito especial, e entusiasmada por ser aquela parte especial a que se chama Perdão.
E a Pequena Alma esperou ansiosamente pela oportunidade de se experimentar como Perdão, e por agradecer a qualquer outra alma que o tornasse possível.
E, em todos os momentos dessa nova vida, sempre que uma nova alma aparecia em cena, quer essa nova alma trouxesse alegria ou tristeza - principalmente se trouxesse tristeza - a Pequena Alma pensava no que Deus lhe tinha dito.
Lembra-te sempre - Deus aqui tinha sorrido -, não te enviei senão anjos.

Fonte: http://esferafeminina.blogs.sapo.pt/18291.html

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Onde a fé se esconde, no meio de tantos pensamentos e medos?

Texto de Alex Possato
Firme a mente, compadre. Firmemente. Veja as emoções. É só físico. Deixe passá-las.


Todo mundo tem mente, certo? E quando temos problemas ou alguma necessidade, mesmo que você não tenha consciência, sua mente já tem um plano de ação. Ela foi ensinada. A mente é um gravador, e simplesmente repete a gravação. Simples. Mente.
Será que este plano de ação tem a ver com o plano superior, o plano que Deus tem pra você? Vou ser bem prático: será que a sua vontade de mudar de vida, seja no trabalho, em relação às finanças, nos relacionamentos, fisicamente, emocionalmente ou até mesmo mudar de curso, cidade ou país, tem a ver com a sua essência? Irá conduzi-lo ao bem-estar que você tanto deseja?
Esta é uma questão que vejo rondando a mim e a muitos amigos. Não estou satisfeito com as coisas do jeito como estão. Mas tenho medo de mudar. Quero uma certeza de que a mudança vai me trazer algo bom. Tenho metas, quero alcançá-las! Mas quando alcançarei?
A expectativa mata. O medo da mudança, pode paralisar. A dúvida confunde, faz perder energia, não é mesmo? E novamente tenho que dizer: é tudo mente. A mente, mente. Somos ensinados a ter medo do novo. A querer o certo. A não confiar que Deus conduz cada passo, mesmo que, momentaneamente, pareça que estamos perdidos e que iremos “morrer”.
Medo não é luz, mas ele tem direito de existir. A dúvida também não é luz, mas tem o mesmo direito de existir. Só não se apegue a nada disso. Lá dentro, bem no fundinho da sua alma, existe uma luz que crê incondicionalmente. Confia. Sabe que sua vida está sendo levada pelas mãos. E esta confiança surge de um lugar diferente da mente e das emoções. A mente vai continuar duvidando. As emoções, causando sensações físicas desagradáveis. Tudo isso vai coexistir com a confiança.
Firme a mente, firmemente
Um ser humano que não tem ainda a capacidade de observar seus pensamentos sem se apegar, nem suas emoções sem se identificar com elas, não tem condições de perceber esta confiança. Porque o espírito está encoberto pela psique. A fé está lá, inteira, íntegra, não sendo necessário fazer nada, pois ela já é um elemento natural seu. Você tem fé, e não precisa forçar para tê-la. A grande questão é que a sua mente “quer” algo. E a mente sempre vai querer. Não há nada de errado com isso. O importante é somente entender que a fé se mostra de um outro espaço interno.
O seu trabalho será, por isso, firmar a mente. Observá-la. Deixar todos os pensamentos passarem: tanto os mais sublimes, como os mais grotescos. Deixar as emoções também passarem. O medo. A dúvida. A ansiedade. Tudo isso irá provocar reações no seu corpo, porque emoção é energia, e seu corpo sentirá. É químico, o negócio! Você será provocado a reagir, pelas suas ideias e pelas suas emoções. Não faça nada. Deixe passar. Tudo passa. E em algum momento, por entre a névoa dos pensamentos e emoções, pode ser que você perceba ela: a fé! A confiança no poder superior. Sempre ali, impassível, pronta para lhe amparar.
Quero reafirmar mais uma vez: não pense que seus pensamentos serão sublimes e que as emoções divinais. A fé coexiste com a mente. São canais diferentes. Você deverá apenas aprender a sintonizar o canal correto, e seguir as instruções desse canal correto. É como você estar no meio de conversas cruzadas… é duro entender algo, não é mesmo? Principalmente se você quer ouvir todas as conversas ao mesmo tempo. Pois desista. Não tente ouvir. Deixe passar. Mas quando perceber esse espaço interior de onde a sua luz brilha, incessantemente, entregue-se!
Entregar é a palavra! Porque a intuição que vem deste canal poderá dizer para você mudar de trabalho. Acabar uma relação. Começar outra. Desistir do controle. Agir de forma diferente do que você sempre agiu, durante anos e anos. Mudar comportamentos. E não será confortável, lógico. Mudar? Isso é duro, não é? É mais fácil continuar fazendo a mesma coisa, mesmo que não esteja dando muito certo, do que arriscar a fazer algo totalmente diferente, de jeito diferente!
Mas confie! Quanto mais você estiver conectado com o seu ser espiritual, mais será desafiado a se entregar à mudança… Entenda: você está amparado. Você está sempre amparado. Nada do que está ocorrendo na sua vida é em vão. Faz parte de uma grande orquestração divina, solicitando para você deixar de querer controlar a sua vida… pedindo permissão para conduzi-lo. Este ser divino fala dentro de você. Mas ele também fala através dos lábios de outras pessoas. Ele é totalmente amoroso. Não repreende. Não condena. Somente ampara e, de diversas formas, faz com que o amor em seu peito desperte. Perceba isso. Quando você perceber o seu coração se ampliando, e a sua capacidade de amar o próximo e a si mesmo expandindo, creia! Você conectou o canal! Yu-hu! Dance, cante, chore, vibre! Este é o sinal que você está se livrando do poder mental – que é muito bom, porém, limitado, e permitindo-se ser guiado pelo poder maior. E aí começa um novo caminho. Você está convocado a utilizar este poder em prol dos outros. Essa é a lei. Somos uma família. Uma única família. Se você despertou em algum nível, poderá dar as mãos para outras pessoas, que estão também deixando o sono profundo da sensação de separação.