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sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal como o fim do sacrificio

Quero compartilhar com vocês uma parte do livro texto de Um Curso em Milagres.



O NATAL COMO O FIM DO SACRIFICIO

Não tenhas medo de reconhecer que toda a idéia de sacrifício foi feita só por ti.  E não busques segurança tentando proteger-te do lugar onde essa idéia não está.  Os teus irmãos e o teu Pai tornaram-se muito amedrontadores para ti. E queres barganhar com eles por uns poucos relacionamentos especiais, nos quais pensas ver alguns restos de segurança. Não tentes mais manter à parte os teus pensamentos e o Pensamento que te foi dado. Quando são reunidos e percebidos onde estão, a escolha entre eles não é nada além de um gentil despertar e é tão simples como abrir os olhos à luz do dia, quando não tens mais necessidade de sono.

O sinal do Natal é uma estrela, uma luz na escuridão. Não a vejas fora de ti, mas brilhando no Céu interior e aceita-a como o sinal de que o tempo de Cristo veio. Ele vem sem nada exigir. Ele não pede nenhum sacrifício de ninguém. Na Presença de Cristo, toda a idéia de sacrifício perde qualquer significado. Pois ele é o Anfitrião de Deus. E tu só precisas convidá-Lo em Quem já está presente, reconhecendo que o Seu Anfitrião é Um só e nenhum pensamento alheio à Sua Unicidade pode habitar com Ele. O amor tem que ser total para dar boas-vindas a Ele, pois a Presença da santidade cria a santidade que a cerca.  Nenhum medo é capaz de afetar o Anfitrião Que embala Deus no tempo de Cristo, pois o Anfitrião é tão santo quanto a Perfeita Inocência que Ele protege e Cujo poder O protege.


Nesse Natal, dá ao Espírito Santo tudo que iria ferir-te. Deixa que sejas completamente curado, de modo que possas unir-te a Ele na cura e festejemos nossa liberação juntos, liberando todas as pessoas conosco.  Não deixes nada para trás, pois a liberação é total e quando a tiveres aceito comigo, tu a darás comigo.  Toda dor, todo sacrifício e toda pequenez desaparecerão em nosso relacionamento com o nosso Pai.  A dor nos será trazida e desaparecerá na nossa presença e sem dor não pode haver sacrifício.  E sem sacrifício, tem que haver amor.


Tu, que acreditas que o sacrifício é amor, precisas aprender que o sacrifício é a separação do amor.  Pois o sacrifício traz culpa com tanta certeza quanto o amor traz a paz.  A culpa é a condição do sacrifício, assim como a paz é a condição para a conscientização do teu relacionamento com Deus.  Através da culpa, excluis o teu Pai e os teus irmão de ti mesmo.  Através da paz, os chamas de volta, reconhecendo que eles estão onde o teu convite lhes pede para estar.  Aquilo que excluis de ti mesmo parece amedrontador, porque o medo é o dote que tu lhe dás e tentas marginalizá-lo, embora seja parte de ti.  Quem é capaz de perceber uma parte sua como indigna e ainda assim viver em paz consigo mesmo?  E quem é capaz de tentar resolver o “conflito” do Céu e do inferno dentro de si, rejeitando o Céu e atribuindo a Ele as qualidades do inferno, sem vivenciar a si mesmo como incompleto e solitário?

Enquanto perceberes o corpo como a tua realidade, vais perceber a ti mesmo como solitário e destituído.  E, enquanto isso durar, também vais perceber a ti mesmo como vítima de sacrifício, justificado em sacrificar a outros.  Pois quem poderia deixar de lado o Céu e o seu próprio Criador sem um sentido de sacrifício e de perda?  E quem poderia sofrer sacrifício e perda sem tentar restaurar-se?  No entanto, como poderia realizar isso por si mesmo, quando a base das suas tentativas é a crença na realidade da privação?  A privação gera ataque, sendo a crença em que o ataque é justificado.  E enquanto queres reter a privação, o ataque vem a ser salvação e o sacrifício vem a ser amor.


É assim que, em toda busca de amor, na verdade buscas o sacrifício e o achas.  E, no entanto, não achas o amor.  É impossível negar o que é o amor e ainda reconhecê-lo.  O significado do amor está no que colocaste fora de ti e ele não tem nenhum significado à parte de ti.  É o que preferes guardar que não tem significado, enquanto tudo que queres manter longe de ti retém todo o significado do universo e mantém o universo unido em seu significado.  A menos que o universo esteja unido em ti, ele estará separado de Deus e ser sem Ele é ser sem significado.

No instante santo, a condição do amor é satisfeita pois as mentes estão unidas sem a interferência dos corpos e onde há comunicação, há paz. O Príncipe da Paz nasceu para restabelecer a condição do amor, ensinando que a comunicação permanece ininterrupta mesmo se o corpo é destruído, desde que não vejas o corpo como o meio necessário para a comunicação. E se compreendes essa lição, vais reconhecer que sacrificar o corpo é não sacrificar nada e a comunicação, que tem que ser da mente, não pode ser sacrificada. Onde está, então, o sacrifício? A lição que eu nasci para ensinar e ainda quero ensinar a todos os meus irmãos é que o sacríficio não está em parte alguma e o amor está em toda a parte. Pois a comunicação tudo abrange e na paz que ela restabelece, o amor vem por si mesmo.

Não deixes nenhum desespero escurecer a glória do Natal, pois o tempo de Cristo não tem significado à margem da alegria.  Vamos nos unir na celebração da paz, sem pedir sacrifício algum de pessoa alguma, pois assim me ofereces o amor que eu te ofereço.  O que pode trazer mais alegria do que perceber que não estamos privados de nada?  Tal é a mensagem do tempo de Cristo, que eu te dou, de forma que possas dá-la e devolvê-la ao Pai, Que a deu a mim.  Pois no tempo de Cristo a comunicação é restaurada e ele une-Se a nós na celebração da criação de Seu Filho.

Deus oferece gratidão ao anfitrião santo que quer recebê-Lo e que O deixa entrar e habitar onde Ele quer estar.  E pelas tuas boas-vindas Ele também te dá boas-vindas em Si Mesmo, pois o que está contido em ti, que Lhe dás boas-vindas, é devolvido a Ele.  E nós apenas celebramos a Sua Integridade quando damos boas-vindas a Ele em nós mesmos.  Aqueles que recebem o Pai são um com Ele, sendo anfitriões para com Aquele Que os criou.  E por permitir que Ele entre, a lembrança do Pai entra com Ele e com Ele aqueles que O recebem se lembram do único relacionamento que jamais tiveram e jamais querem ter.

Esse é o tempo em que logo um novo ano nascerá do tempo de Cristo.  Eu tenho fé perfeita em ti, no sentido de que farás tudo o que queres realizar.  Nada estará faltando e tu farás com que seja completo e não destruirás.  Dize, então, ao teu irmão:

Eu te dou ao Espírito Santo como parte de mim mesmo.
Eu sei que serás liberado, a não ser que eu queira usar-te para me aprisionar.
Em nome da minha liberdade eu escolho a tua liberação, porque reconheço que nós seremos liberados juntos.

Assim começará o ano em alegria e liberdade.  Há muito a fazer e nós temos estado muito atrasados.  Aceita o instante santo enquanto esse ano nasce e toma o teu lugar, por tanto tempo vago, no Grande Despertar.  Faze com que esse ano seja diferente fazendo com que tudo seja o mesmo.  E permite que todos os teus relacionamentos sejam santificados para ti.  Essa é a nossa vontade.  Amém.



Fonte: Um Curso em Milagres
 
Talvez, alguns de vocês não consigam compreender o texto. O nosso ego cria muitos obstáculos para a nossa compreensão espiritual. Tente sentí-lo. Sentir é melhor forma de chegar à verdade.

domingo, 18 de dezembro de 2011

ATITUDES QUE DRENAM NOSSAS ENERGIAS

 Pensamentos obsessivos
 
 
Pensar gasta energia, e todos nós sabemos disso. Ficar remoendo um problema cansa mais do que um dia inteiro de trabalho físico. Quem não tem domínio sobre seus pensamentos - mal comum ao homem ocidental, torna-se escravo da mente e acaba gastando a energia que poderia ser convertida em atitudes concretas, além de alimentar ainda mais os conflitos. Não basta estar atento ao volume de pensamentos, é preciso prestar atenção à qualidade deles. Pensamentos positivos, éticos e elevados podem recarregar as energias, enquanto o pessimismo consome energia e atrai mais negatividade para nossas vidas.
 
Sentimentos tóxicos
 
 
Choques emocionais e raiva intensa também esgotam as energias, assim como ressentimentos e mágoas nutridos durante anos seguidos. Não é à toa que muitas pessoas ficam estagnadas e não são prósperas. Isso acontece quando a energia que alimenta o prazer, o sucesso e a felicidade é gasta na manutenção de sentimentos negativos. Medo e culpa também gastam energia, e a ansiedade descompassa a vida. Por outro lado, os sentimentos positivos, como a amizade, o amor, a confiança, o desprendimento, a solidariedade, a auto-estima, a alegria e o bom-humor recarregam as energia e dão força para empreender nossos projetos e superar os obstáculos.

Maus hábitos, falta de cuidado com o corpo
 
 
 Descanso, boa alimentação, hábitos saudáveis, exercícios físicos e o lazer são sempre colocados em segundo plano. A rotina corrida e a competitividade fazem com que haja negligência em relação a aspectos básicos para a manutenção da saúde energética.
 
Fugir do presente
 
 
As energias são colocadas onde a atenção é focada. O homem tem a tendência de achar que no passado as coisas eram mais fáceis: "bons tempos aqueles!", costumam dizer. Tanto os saudosistas, que se apegam às lembranças do passado, quanto aqueles que não conseguem esquecer os traumas, colocam suas energias no passado. Por outro lado, os sonhadores ou as pessoas que vivem esperando pelo futuro, depositando nele sua felicidade e realização, deixam pouca ou nenhuma energia no presente. E é apenas no presente que podemos construir nossas vidas.

Falta de perdão
 
 
 Perdoar significa soltar ressentimentos, mágoas e culpas. Libertar o que aconteceu e olhar para frente. Quanto mais perdoamos, menos bagagem interior carregamos, gastando menos energia ao alimentar as feridas do passado. Mais do que uma regra religiosa, o perdão é uma atitude inteligente daquele que busca viver bem e quer seus caminhos livres, abertos para a felicidade. Quem não sabe perdoar os outros e si mesmo, fica "energeticamente obeso", carregando fardos passados.

Mentira pessoal
 
 Todos mentem ao longo da vida, mas para sustentar as mentiras muita energia é gasta. Somos educados para desempenhar papéis e não para sermos nós mesmos: a mocinha boazinha, o machão, a vítima, a mãe extremosa, o corajoso, o pai enérgico, o mártir e o intelectual. Quando somos nós mesmos, a vida flui e tudo acontece com pouquíssimo esforço.

 Viver a vida do outro
 
 
 Ninguém vive só e, por meio dos relacionamentos interpessoais, evoluímos e nos realizamos, mas é preciso ter noção de limites e saber amadurecer também nossa individualidade. Esse equilíbrio nos resguarda energeticamente e nos recarrega. Quem cuida da vida do outro, sofrendo seus problemas e interferindo mais do que é recomendável, acaba não tendo energia para construir sua própria vida. O único prêmio, nesse caso, é a frustração.

Bagunça e projetos inacabados
 
 
A bagunça afeta muito as pessoas, causando confusão mental e emocional. Um truque legal quando a vida anda confusa é arrumar a casa, os armários, gavetas, a bolsa e os documentos, além de fazer uma faxina no que está sujo. À medida em que ordenamos e limpamos os objetos, também colocamos em ordem nossa mente e coração. Pode não resolver o problema, mas dá alívio. Não terminar as tarefas é outro "escape" de energia. Todas as vezes que você vê, por exemplo, aquele trabalho que não concluiu, ele lhe "diz" inconscientemente: "você não me terminou! Você não me terminou!" Isso gasta uma energia tremenda. Ou você a termina ou livre-se dela e assuma que não vai concluir o trabalho. O importante é tomar uma atitude. O desenvolvimento do auto-conhecimento, da disciplina e da terminação farão com que você não invista em projetos que não serão concluídos e que apenas consumirão seu tempo e energia.

Afastamento da natureza
 
 
A natureza, nossa maior fonte de alimento energético, também nos limpa das energias estáticas e desarmoniosas. O homem moderno, que habita e trabalha em locais muitas vezes doentios e desequilibrados, vê-se privado dessa fonte maravilhosa de energia. A competitividade, o individualismo e o estresse das grandes cidades agravam esse quadro e favorecem o vampirismo energético, onde todos sugam e são sugados em suas energias vitais.
 
(Desconheço fonte)
 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Quebrando condicionamentos



Por Elisabeth Cavalcante


O crescimento interior é o maior desafio da vida. Por essa razão, muitos preferem continuar no estágio imaturo, apoiados em muletas, que tanto podem ser outros seres humanos, como as ilusões em que a mente lhes faz acreditar.

Uma das principais a que se apegam, é a de que não possuem a força necessária para se transformarem, pois são fracos e incapazes. Muitas vezes estas foram frases ouvidas durante o seu desenvolvimento e, por essa razão se transformaram em crenças, que foram incorporadas como verdades absolutas.

Quebrar estes condicionamentos a que todos fomos expostos, não é fácil, pois exige muita determinação e coragem. E, principalmente, uma disposição inabalável de ser feliz.

Se você acredita plenamente que tem este direito, e o considera algo que ninguém pode lhe roubar, certamente terá toda a energia necessária para conquistá-lo.

Muitas pessoas acreditam que felicidade é uma espécie de troféu, que somente alguns vieram qualificados para conquistar. Mas, é possível, sim, para qualquer ser humano, vivenciar um estado interior de alegria, independente dos julgamentos exteriores.

Ele precisa direcionar o seu olhar em outra direção, para dentro de si, onde encontrará a fonte original de harmonia e paz que todos trouxemos quando chegamos ao mundo.

Ela está sempre presente, mas é sufocada pelas falsas verdades que nos foram impostas e que nós, inconscientemente, assimilamos. Agora é preciso que façamos o caminho de volta, libertando-nos dos condicionamentos para que possamos encontrar nossa face original.

"Depende de cada pessoa o que ela gostaria de fazer com a sua vida. A vida não é preordenada. Ela é uma oportunidade. O que você fará com ela depende de você. Essa liberdade é a prova de que você é uma alma, essa liberdade é a dignidade de você ser uma alma.

Ter uma alma significa que você tem o poder de escolher o que você quer fazer. E a coisa interessante é que você pode ter passado por alguns atos e situações milhares de vezes e, ainda assim, você pode sair fora disso, livrar-se disso, neste exato momento, se você assim decidir.

Mas o que acontece é que a mente tem a tendência de seguir o curso que oferece a menor resistência.

...Religiosidade é a capacidade de decidir. É um esforço para fazer com que as coisas aconteçam diferentemente de como têm acontecido sempre. É uma escolha, uma determinação. Repetir o que tem acontecido sempre até ontem, pode ser evitado através dessa compreensão".

Osho, Inner War and Peace


Fonte: http://estacoesdaalma.blogspot.com/2011/05/quebrando-os-condicionamentos-elisabeth.html

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

ACEITAÇÃO OU RECUSA



Cada circunstância em nossa realidade existe porque escolhemos aceitar ou recusar um presente. Agora a palavra “presente” tem que ser considerada no contexto certo, porque neste caso, significa aprendizagem, experiências de crescimento e de cura; são presentes porque são oportunidades para que resolvamos e liberemos energias desalinhadas, karma, traumas e feridas da alma. Eles nem sempre aparecem em nossas vidas como coisas que nos façam sentir bem, nos tragam alegria e inspirem sentimentos amorosos e cordiais. Alguns presentes desafiam as nossas crenças fundamentais e o nosso poder; outros são oportunidades para confirmar se aprendemos uma lição. Mas em cada situação, não importa qual seja, nós sempre temos uma escolha de aceitarmos ou recusarmos.

Isto faz com que a nossa jornada pareça muito fácil desde que tudo o que temos a fazer é dizer “sim” ou “não” a uma situação que apareça diante de nós. Com o “sim” nós aceitamos e conseguimos o que queremos, e com o “não” estamos indicando claramente que estamos em nosso caminho espiritual e sabemos no que não queremos entrar. Enquanto esta parte é um pouco obscura, o que é absoluto é que não há “talvez” em nossa jornada da alma, ainda que não estejamos certos do que queremos. Assim por que abordamos muitas lições com tanta dúvida e confusão se sabemos que a resposta será sempre um simples “sim” ou “não”?

Porque adicionamos elementos ao nosso “sim” ou “não” que os transformam em exercícios longos e prolongados na tomada de decisões, e uma resposta “aceito” nem sempre significa que estamos de acordo. O que quer que recusemos nem sempre indica que não queiramos algo. Entrelaçadas em nossas respostas estão expectativas, desejos, necessidades, vontades e uma esperança silenciosa de que não importa o que escolhamos, o Universo irá fazer a diferença se a nossa escolha não for poderosa e criar o melhor resultado em nosso interesse. Em cada escolha que aceitamos ou recusamos, há expectativas, manipulações, resultados desejados e certa quantidade de medo.

Cada escolha de aceitarmos ou recusarmos nos coloca em um caminho diferente. Pensamos que aceitar significa sim e recusar significa “não”, mas às vezes é o contrário. Podemos também recusar significando “sim” e aceitarmos, significando “não”. E se estamos fazendo esta escolha inconscientemente, estamos ainda nos comprometendo tão fortemente a ela, como se estivéssemos plenamente conscientes e confiantes. Cada resposta é uma aceitação do caminho que a acompanha, assim até se recusamos não estamos necessariamente fora de uma situação difícil, não estaremos no caminho que uma resposta “sim”, ou de aceitação, teria criado para nós.

Vocês estão confusos ainda? É complicado, mas não é tão difícil, porque há uma maneira de determinar qual é a escolha melhor, mais gratificante e mais elevada e isto é para fazer uma pausa, considerar e estar consciente de que temos sempre uma escolha; nenhuma escolha é melhor do que qualquer outra escolha e todas as escolhas nos levam a um caminho específico, que é adequado e melhor para nós, porque se assim não fosse, escolheríamos outra coisa.





Quando e o que deveríamos aceitar?

Qualquer situação que sentirmos que está em nosso bem mais elevado.


Como decidimos isto?

Verificando com nós mesmos e fazendo algumas perguntas simples:



Esta é a melhor escolha para mim neste momento?

O que eu estou aprendendo com esta situação e quais são as minhas opções?

Será que eu quero realmente fazer isto?

Com o que eu estou me comprometendo?

O que eu irei ganhar com isto e o que eu irei perder?

O que mais é possível para mim?



A última pergunta é provavelmente a mais importante, porque acreditamos que seja o que for que estejamos enfrentando é a nossa única opção, mas não é. Somos seres ilimitados, vivendo em um Universo ilimitado, assim enquanto podemos ver somente uma escolha, há muitas outras das quais estamos totalmente inconscientes. Assim ao perguntarmos o que mais é possível, estamos fazendo uma pausa apenas pelo tempo suficiente para considerarmos que pode haver uma escolha diferente para nós que ainda não consideramos e que pode ser mais gratificante, levar a mais alegria, ficarmos mais alinhados com o que nos tornaremos, uma vez que permitamos que as nossas energias se expandam em níveis mais elevados, que é parte do que cada escolha nos oferece.

Estamos dispostos a assumir este risco e nos tornarmos uma versão mais elevada de nós mesmos, ainda que não tenhamos idéia do que isto significa? É a isto que cada escolha nos leva, se estivermos dispostos a entrar em nossa própria grandeza, em nossa divindade, nos aspectos mais elevados e expandirmos as nossas energias para incluirmos a plenitude do nosso potencial em nossa realidade. Nenhuma escolha pode ser certa ou errada, boa ou ruim, porque escolheremos aquilo que é possível para nós em cada momento.

O que deveríamos lembrar é que qualquer escolha pode ser mudada a qualquer momento. Determinamos isto através do resultado, que conhecemos, uma vez que tenhamos feito a escolha (é onde entramos em dúvida, confusão e indecisão, porque queremos saber o resultado da escolha antes de escolhermos, assim sabemos que fizemos a escolha “certa”.) Entretanto, isto é conhecido somente após a escolha ter sido feita, que é porque ficamos mais receosos de recusarmos do que aceitarmos, ainda que a recusa seja a nossa opção mais poderosa.

Há somente uma maneira de descobrirmos e isto é fazermos a escolha de recusarmos ou de aceitarmos com confiança, fazendo uma pausa para fazermos as perguntas e confiarmos que com o resultado saberemos se fizemos uma escolha que expanda o nosso mundo ou o limite, e então poderemos recusar esta opção e aceitarmos outra.



Fonte: Jennifer Hoffman



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Nada permanece o mesmo



As estações mudam.
 Às vezes é inverno, às vezes é verão.
Se você permanecer sempre no mesmo clima, você se sentirá estagnado.

Você precisa aprender a gostar daquilo que está acontecendo.
Chamo a isso de maturidade.
Você precisa gostar daquilo que já está presente.
A imaturidade é ficar vivendo nos "poderias" e nos "deverias" e nunca vivendo naquilo que "é" - aquilo que "é" é o caso, e o "deveria" é apenas um sonho.

Tudo o que for o caso, é bom.
Ame isso, goste disso e relaxe nisso.
 Quando algumas vezes vier a intensidade, ame-a.
Quando ela for embora, despeça-se dela.
As coisas mudam... A vida é um fluxo.
Nada permanece o mesmo; às vezes há grandes espaços e às vezes não há para onde se mover.
Mas as duas coisas são boas, ambas são dádivas da existência.
Você deveria ser grato, reconhecido por tudo o que acontece.
Desfrute o que for. É isso que está acontecendo agora.
Amanhã poderá mudar, então desfrute aquilo.
 Depois de amanhã algo mais poderá acontecer. Desfrute-o.
Não compare o passado com as fúteis fantasias futuras.
Viva o momento.
 Às vezes é quente, às vezes é muito frio, mas ambos são necessários; de outro modo, a vida desapareceria. Ela existe nas polaridades.

 
Fonte: Osho

domingo, 13 de novembro de 2011

Estratégias da mente para evitar o agora - parte II



Onde quer que você esteja, esteja por inteiro

Você pode dar outros exemplos da inconsciência comum?

Observe quando estiver reclamando, com palavras ou pensamentos, de uma situação que envolva você – pode ser alguém que fez ou disse algo que lhe aborreceu, algo sobre a sua situação de vida, o lugar onde mora, ou até mesmo o tempo. Reclamar é sempre uma não aceitação de algo que é. Essa atitude contém invariavelmente uma carga negativa inconsciente. Quando você reclama, transforma-se em vítima. Quando fala, você está no controle. Portanto, mude a situação agindo ou falando, caso necessário ou possível, ou então fuja da situação ou mesmo aceite-a. Tudo o mais é loucura.

A inconsciência comum é sempre relacionada, de algum modo, com a negação do Agora. O Agora, naturalmente, também implica o aqui. Você está resistindo ao aqui e agora? Algumas pessoas prefeririam estar num outro lugar. O “aqui” delas nunca é suficientemente bom. Observe-se e verifique se isso acontece em sua vida. Onde quer que você esteja, esteja lá por inteiro. Se você acha insuportável o seu aqui e agora e isso lhe faz infeliz, há três opções: abandone a situação, mude-a ou aceite-a totalmente. Se você deseja ter responsabilidade sobre a sua vida, deve escolher uma dessas opções e deve fazê-lo agora. Depois, arque com as conseqüências. Sem desculpas. Sem negatividade. Sem poluição física. Mantenha limpo o seu espaço interior.

Se você tomar qualquer atitude, abandonando ou mudando a situação, livre-se primeiro da negatividade. Uma atitude originada no discernimento tem mais efeito do que uma originada na negatividade.

Uma atitude qualquer é muitas vezes melhor do que nenhuma atitude, especialmente se há muito tempo você está paralisado numa situação infeliz. Se for uma atitude errada, ao menos você aprenderá alguma coisa, caso em que deixará de ser um erro. Se você não agir, nada aprenderá. Será que o medo está evitando que você tome uma atitude? Admita o medo, observe-o, concentre-se nele, esteja totalmente presente. Isso corta a ligação entre o medo e o pensamento. Não deixe o medo nascer em sua mente. Use o poder do Agora. O medo não pode prevalecer sobre ele.

Se não há mesmo nada a fazer e você não pode mudar a situação, então aceite o aqui e agora totalmente, abandonando toda a resistência interior. O falso e infeliz eu interior, que adora sentir-se miserável, ressentido ou com pena de si mesmo, não consegue mais sobreviver. Isso se chama rendição. A rendição não é uma fraqueza. Há uma grande força nela. Somente alguém que se rendeu tem poder espiritual. Através da rendição, você se livrará da situação internamente. É possível que você perceba uma mudança na situação sem que tenham sido necessários maiores esforços da sua parte. De qualquer forma, você está livre.

Ou haverá algo que você “deveria” estar fazendo mas não está? Levante-se e faça agora. Ou, em vez disso, aceite totalmente a sua inatividade, preguiça ou passividade neste momento, se esta é a sua escolha. Mergulhe nela por inteiro. Desfrute-a. Seja tão preguiçoso ou inativo quanto puder. Se você fizer isso conscientemente, logo sairá dela. Ou talvez não. Em qualquer dos casos, não há nenhum conflito interior, nenhuma resistência, nenhuma negatividade.

Você está sofrendo de estresse? Pensa tanto no futuro que o presente está reduzido a um meio para chegar lá? O estresse é causado pelo estar “aqui” embora se deseje estar “lá”, ou por se estar no presente desejando estar no futuro. É uma divisão que corta a pessoa por dentro. Criar e viver com essa divisão é insano. O fato de que todas as pessoas estão agindo assim não torna ninguém menos insano. Se você não pode fugir disso, tem de se movimentar rápido, trabalhar rápido, ou até mesmo correr, sem se projetar no futuro e sem resistir ao presente. Quando se movimentar, trabalhar e correr, faça tudo por inteiro. Desfrute o fluxo de energia, a alta energia desse momento. Agora não há mais estresse, não há mais divisão por dois, apenas o movimento, a corrida, o trabalho. Desfrute essas atitudes. Ou você também pode abandonar tudo e se sentar num banco do parque. Mas, ao fazê-lo, observe a sua mente. Pode ser que ela diga: “Você devia estar trabalhando. Está perdendo o seu tempo”. Observe a mente. Sorria para ela.

O passado toma uma grande parte da sua atenção? Você freqüentemente fala e pensa sobre ele, tanto de forma positiva quanto negativa? As grandes coisas que você conquistou, suas experiências e aventuras, ou as coisas horrorosas que lhe aconteceram, ou talvez que você fez a alguém? Será que seus pensamentos estão gerando culpa, orgulho, ressentimento, raiva, arrependimento ou autopiedade? Então, você está não só dando mais força ao falso eu interior, como também ajudando a acelerar o processo de envelhecimento do seu corpo através da criação de um acúmulo de passado na sua psique. Constate isso observando à sua volta aquelas pessoas que têm uma forte tendência para se apegar ao passado.

Morra para o passado a cada instante. Você não precisa dele. Refira-se a ele apenas quando totalmente relevante para o presente. Sinta o poder do momento presente e a plenitude do Ser. Sinta a sua presença.

Você tem preocupações? Tem muitos pensamentos do tipo “e se”? Você está identificado com a mente, que está se projetando num futuro imaginário e criando o medo. Não há como enfrentar tal tipo de situação, porque ela não existe. É um fantasma mental. Você pode parar com essa insanidade que corrói a saúde e a vida aceitando simplesmente o momento presente. Perceba a sua respiração. Sinta o ar entrando e saindo do seu corpo. Sinta o seu campo interno de energia. Tudo com o que você sempre teve que lidar, tudo que teve de enfrentar na vida real, em oposição às projeções imaginárias da mente, é o momento presente. Pergunte-se qual é o seu problema neste exato momento, não no ano que vem, ou amanhã ou daqui a cinco minutos. O que está errado neste exato momento? Você pode sempre enfrentar o Agora, mas não pode jamais enfrentar o futuro, nem tem de fazer isso. A resposta, a força, a atitude certa estarão à sua disposição quando você precisar, nem antes, nem depois.

“Algum dia vou fazer isso”. Seu objetivo está tomando de tal modo a sua atenção que o momento presente é apenas um meio para atingir um fim? Está consumindo a alegria das coisas que você faz? Você está esperando para começar a viver? Se você desenvolver esse tipo de padrão mental, não importa o que você adquira ou alcance, o presente nunca será bom o bastante. O futuro sempre parecerá melhor. Uma receita perfeita para uma insatisfação permanente, você não acha?

Você está sempre “esperando” alguma coisa? Quanto tempo da sua vida você passou esperando? Chamo “espera de pequena escala” à espera na fila do correio, num engarrafamento de automóveis, no aeroporto, por alguém que vai chegar, um trabalho que precisa ser terminado, etc. Chamo de “espera em grande escala” à espera pelas próximas férias, por um emprego melhor, pelos filhos crescerem, por uma relação verdadeiramente significativa, pelo sucesso, para ficar rico, para ser importante, para se tornar iluminado. Não é raro que as pessoas passem a vida toda esperando para começar a viver.

Esperar é um estado mental. Significa basicamente desejar o futuro e não querer o presente. Você não quer o que conseguiu e deseja aquilo que não conseguiu. Em qualquer dos tipos de espera você, inconscientemente, cria um conflito interior entre o seu aqui e agora, onde você não quer estar, e o futuro projetado, onde você quer estar. Essa situação reduz grandemente a qualidade da sua vida ao fazer você perder o presente.

Não há nada de errado em nos empenharmos para melhorar a nossa situação de vida. Podemos melhorar a situação da nossa vida, mas não podemos melhorar a nossa vida. A vida é básica.

A vida é o Ser interior mais profundo. É um todo, completo, perfeito. A nossa situação de vida se constitui das nossas circunstâncias e experiências. Não há nada de errado em estabelecermos metas e nos empenharmos para conseguir bens. O erro reside em usar isso como um substituto para o sentimento da vida, para o Ser. O único ponto de acesso a isso é o Agora. Agimos, assim, como um arquiteto que não dá atenção às fundações de uma construção, mas que gasta um bom tempo trabalhando na superestrutura.

Por exemplo. Muitos de nós estamos à espera da prosperidade. Ela pode não acontecer no futuro. Quando respeitamos, admitimos e aceitamos completamente a realidade do presente – onde estamos, quem somos, o que estamos fazendo agora –, quando aceitamos o que temos, significa que estamos agradecidos pelo que conseguimos, pelo que é, pelo Ser. A gratidão pelo momento presente e pela plenitude da vida atual é a verdadeira prosperidade. Não está no futuro. Então, no tempo certo, essa prosperidade se manifesta para nós de várias maneiras.

Se você não encontra satisfação nas coisas que possui, se tem um sentimento de frustração ou de aborrecimento por não ter tudo o que quer no presente, isso pode levá-lo a querer enriquecer, mas, mesmo que consiga milhões, continuará a ter uma sensação de que falta alguma coisa. Talvez o dinheiro lhe compre muitas experiências excitantes, embora passageiras, deixando sempre uma sensação de vazio e estimulando uma necessidade de gratificação física ou psicológica ainda maior. Você não vai se conformar em simplesmente Ser e, assim, sentir a plenitude da vida agora – a verdadeira prosperidade.

Portanto, desista da espera como um estado da mente. Quando você se vir escorregando para a espera... pule fora. Venha para o momento presente. Apenas seja e aprecie ser. Quando estamos presentes, nunca precisamos esperar por nada. Portanto, da próxima vez que alguém disser “desculpe por ter feito você esperar”, sua resposta pode ser: “Está tudo bem, não estava esperando. Estava aqui contente comigo, com meu eu interior”.

Essas são apenas algumas das estratégias comuns da mente para negar o momento presente já incorporadas à inconsciência comum. São fáceis de passar despercebidas porque já estão entranhadas em nosso modo de vida, como o ruído de fundo do nosso eterno descontentamento. Mas, quanto mais você praticar o monitoramento do seu estado interior emocional e mental, mais fácil será perceber em que momento você foi capturado pelo passado e pelo futuro, bem como despertar da ilusão do tempo dentro do presente. Mas tenha cuidado porque o eu interior falso e infeliz, baseado na identificação com a mente, vive no tempo. Ele sabe que o presente significa sua própria morte e sente-se ameaçado. Fará tudo para afastar você do Agora. Tentará manter você preso ao tempo.


O propósito interno da nossa jornada de vida

Posso perceber a verdade do que você está dizendo, mas ainda acho que devíamos ter um propósito em nossa jornada, do contrário, ficamos sem rumo. Propósito significa futuro, não significa? Como conciliar isso com o viver no presente?

Ao partir numa jornada, é claro que ajuda muito sabermos para onde vamos ou, ao menos, a direção geral que estamos tomando. Entretanto, não podemos esquecer de que a única coisa real sobre a nossa jornada é o passo que estamos dando neste exato momento. Isso é tudo o que existe.

Nossa jornada de vida tem um propósito externo e um interno. O propósito externo é o de alcançarmos o objetivo ou destino, realizarmos o que estabelecemos cumprir, adquirirmos uma coisa ou outra, o que, é claro, envolve o futuro. Mas, se o destino ou os passos que vamos dar no futuro tomam tanto nossa atenção que se tornam mais importantes do que o passo que estamos dando agora, significa que perdemos completamente o propósito interno da vida, que não tem nada a ver com aonde estamos indo ou com o que estamos fazendo, mas tudo a ver com o de que modo. Esse propósito interno não está relacionado com o futuro e sim com a qualidade da nossa consciência no momento presente. O propósito externo pertence à dimensão horizontal de tempo e espaço enquanto o interno diz respeito ao aprofundamento do Ser na dimensão vertical do eterno Agora. Nossa jornada externa pode conter um milhão de passos enquanto a jornada interna só tem um, que é o passo que estamos dando neste exato momento. Quando tomamos maior consciência desse passo, percebemos que ele já contém dentro de si todos os outros passos, assim como o nosso destino. Esse único passo se vê transformado em uma expressão da perfeição, um ato de grande beleza e qualidade. Ele terá nos levado para dentro do Ser e a luz do Ser brilhará através dele. Este é tanto o propósito quanto à realização da nossa jornada interior: a jornada para dentro de nós mesmos.


Faz diferença se alcançamos nosso propósito externo, se somos bem-sucedidos ou se fracassamos?

Faz diferença se você não tiver alcançado seu propósito interno. Depois disso, o propósito externo é só um jogo que você pode apreciar e querer continuar jogando. Pode acontecer também de você falhar em seu propósito externo e, ao mesmo tempo, ter pleno sucesso em seu propósito interno. Ou de outra forma até mais comum, pode obter riqueza externa e pobreza interna, ou “ganhar o mundo e perder a alma”, nas palavras de Jesus. Claro que, no fim, cada propósito externo está condenado a “fracassar” mais cedo ou mais tarde, simplesmente porque está sujeito à lei da não permanência de todas as coisas. Quanto mais cedo você perceber que o propósito externo não pode lhe proporcionar uma satisfação duradoura, melhor. Depois de ter constatado as limitações do seu propósito externo, você desiste da expectativa irreal de que ele deveria fazer a sua felicidade e torna-o subserviente ao seu propósito interno.


O passado não consegue sobreviver diante da presença

Você disse que pensar ou falar sobre o passado é um dos caminhos pelos quais evitamos o presente. Mas, além do passado do qual nos lembramos e com que talvez nos identifiquemos, não existe um outro nível de passado dentro de nós mais enraizado? Falo sobre o passado inconsciente, que condiciona nossas vidas, em especial as experiências dos primeiros anos da infância, até mesmo as experiências de vida passada. Existem também os condicionamentos culturais, tão relacionados ao lugar e ao período histórico em que vivemos. Todas essas coisas determinam o modo como vemos o mundo, o que pensamos, que tipo de relacionamentos mantemos, como vivemos. Como poderíamos nos livrar disso tudo? Quanto tempo isso levaria? E se conseguíssemos, o que restaria?

O que resta quando terminam as ilusões? Não há necessidade de investigar o nosso passado inconsciente, exceto à medida que ele for se manifestando no presente, na forma de um pensamento, de uma emoção, de um desejo, de uma reação ou de algo externo que nos aconteça. Uma eventual curiosidade quanto ao passado inconsciente poderá ser satisfeita através dos desafios do presente. Quanto mais penetramos no passado, mais ele se torna um buraco sem fundo. Haverá sempre alguma coisa a mais. Você pode pensar que precisa de mais tempo para entender o passado ou se livrar dele ou, em outras palavras, que o futuro irá finalmente livrá-lo do passado. Isso é ilusão. Só o presente pode nos livrar do passado. Uma quantidade maior de tempo não consegue nos livrar do tempo. Acesse o poder do Agora. Essa é a chave.


O que é o poder do Agora?

Nada mais do que o poder da sua presença, da sua consciência libertada das formas de pensamento.

Portanto, lide com o passado no nível do presente. Quanto mais atenção você der ao passado, mais energia estará dando a ele e mais probabilidades terá de construir um eu interior baseado nele. Não confunda as coisas. A atenção é essencial, mas não em relação ao passado como passado. Dê atenção ao presente. Dê atenção ao seu comportamento, às suas reações, seu humor, seus pensamentos, suas emoções, medos e desejos, da forma como eles acontecem no presente. Ali está o seu passado. Se você consegue estar presente o bastante para observar todas essas coisas, não de modo crítico ou analítico, mas sem julgamentos, significa que você está lidando com o passado e dissolvendo-o através do poder da sua presença. Não é procurando no passado que você vai se encontrar. Você vai se encontrar estando no presente.


O passado não pode ser útil para nos ajudar a compreender por que fazemos certas coisas, reagimos de determinadas maneiras, ou por que, inconscientemente, criamos nossos dramas particulares?

Quando ficamos mais conscientes do presente, podemos ter um insight sobre o porquê de determinados condicionamentos. Podemos perceber, por exemplo, se seguimos algum padrão nos nossos relacionamentos e podemos ver mais claramente coisas que aconteceram no passado. Fazer isso é bom e pode ser útil, mas não é essencial. O que é essencial é a nossa presença consciente. Ela dissolve o passado. Ela é o agente transformador. Portanto, não procure entender o passado, mas esteja presente tanto quanto conseguir. O passado não consegue sobreviver diante da sua presença, só na sua ausência.



Fonte Eckhart Tolle





Descobrindo as Ilusões da Vida


Quando me pediram pra fazer essa palestra foi uma surpresa. (realizada 9 de junho de 2009)


Um tema aberto. Eu poderia escolher o que falar. Mas como escolher o tema se nem ao menos sabia para qual publico estaria falando?

Então me veio que isso seria uma grande pretensão minha. Afinal se eu me coloco numa situação de ser feliz eu tenho que perguntar para meu EU o que ele quer falar. Afinal, se surgiu a oportunidade, Ele já estava atuando nessa situação e já sabia exatamente o que Ele queria falar.

Desse momento em diante fiquei atento para os detalhes do meu dia e meus pensamentos. Durante todo esse período pensei em vários temas e assuntos, mas de forma muito vaga. Conversando com amigos percebi uma coisa fabulosa: as pessoas estão presas nas ilusões que elas criaram sobre a vida e primeiro eu queria falar que vivemos em um mundo de ilusão. Pois se não vemos alem das ilusões não temos condições de aprender nada alem disso.

Foi quando senti uma euforia interna. Naquele momento havia encontrado o que EU queria falar.

Quando viemos para esse mundo viemos sem nenhuma lembrança, exatamente porque não somos nossas lembranças e sim somos um ser perfeito maior melhor. Viemos com a finalidade de manifestar sua máxima vontade. E assim somos quando crianças.

Mas por várias circunstâncias, que não precisam ser julgadas, vamos criando mascaras e ilusões de como é a vida, de como as pessoas querem que ajamos, de como podemos satisfazer os outros para nos sentirmos bem.

Derrepente deparamos com a vida no presente. Sem saber como chegamos aqui e nem o porquê de estarmos aqui. Nessa trajetória nos perdemos de nós mesmos. Perdemo-nos nas ilusões das vidas que criamos e nesses casos estamos infelizes com elas.

Gostaria de falar para todos que:

Tudo na vida é positivo.

Exatamente dessa forma. A vida é perfeita, tudo que envolve a vida, quando deixamos que ela seja ela mesma, nasce e permanece positivo e perfeito.

O problema é que aprendemos que para viver "bem" devemos forçar, batalhar, agradar, conquistar e outras várias atitudes que significam a mesma coisa: Que devemos indicar como a vida deve ser. Dessa forma arraigamos e cristalizamos dezenas de ilusões negativas que nos fazem sentir mal, desconectados com essa fonte maravilhosa.

Então deixar de forçar a vida é a primeira das ilusões que devemos deixar de lado.

Quero deixar claro mais uma coisa:

- Tudo é energia -

Outra das ilusões que criamos é que algo ocorre ou existe em desconexão com outra. Tudo mesmo, eventos, emoções, relações, sons, etc.

Todos sabem que somos mais do que a matéria, porém supervalorizamos a imagem, os sons, ou fatos individualizados. De forma tal que fica difícil diferenciar as situações a não ser que as imaginemos como tal. Logo vivemos de imagens, e imaginamos uma cena de cada vez; sem entender que na verdade tudo está conectado e em uma seqüência energética.

­­­Vamos fazer um exercício:

Vamos imaginar a superfície de um gigantesco lago.

Esse lago seria calmo, porém dentro dele existem várias fontes termais. Delas brota água quente. Algumas com força e outras sem muita força.

As fontes que brotam com muita força agitam demasiadamente a superfície da água fazendo ondulações muito fortes; já as que brotam suavemente fazem pequenas ondulações.

Então vamos à analogia. A superfície da água é o mundo visível onde temos os acontecimentos do dia a dia. Não vemos as fontes, mas de agora em diante sabemos que são essas fontes que dão forma a superfície da água; Essas fontes representam as energias que cada ser emana em sua vivência umas mais fortes outras mais fracas, mas todas elas reagem à superfície da água, umas com mais vontade e outras não. Essas forças se unem e vão muito além to ponto onde brotam inicialmente, inclusive até influenciando nos movimentos criados por outras fontes termais dentro desse imenso lago.

Dessa forma é nosso universo tanto no macrocosmo, tanto no microcosmo. Não tem começo nem fim; não tem distinção energética primordial, nós fazemos parte desse todo. Logo, não há o que nos diferencia disso.

Mas o importante nesse estudo seria o microcosmo, qual seja nosso universo que começa dentro de nós e vai até onde o do próximo, que interage com o nosso.

Li certa vez que vivemos em um mundo de ilusões.

Achei fantástica essa afirmativa. Afinal ele não se referia a um mundo que nos iludi e sim em um mundo no qual é criado a partir de nossas vontades. E se o criamos, porque não criá-lo lindo como verdadeiramente queremos?

Esse é o ponto. As ilusões não permitem, mas agora me refiro a outro tipo de ilusão; também não é o tipo que as outras pessoas nos impõem, mas aquelas que nós criamos. São as ilusões negativas de vida que já citei acima.

Vou citar um exemplo:

Esses dias eu estava conversando com uma amiga minha, na internet.

Essa amiga é uma conhecida de longa data. É uma mulher realmente bonita, inteligente, simpática e que tem uma presença muito agradável.

Perguntei para ela por que não a via mais na rua. No meio social.

Ela me respondeu por que não tinha com quem sair. Apesar de sentir falta. Fazia cerca de quatro meses que ela não saia direito, havia saído apenas uma vez em todo esse tempo.

Interessei-me pelo caso de vida que ela me apresentava e fiz algumas perguntas cujas respostas foram mais ou menos as seguintes:

- Ela não tinha amigos.

- Não tinha namorado, já há algum tempo.

- Estava formada cerca de quatro anos, mas não tinha emprego; apesar de estar estudando para concursos, não tinha passado em nenhum.

Resumindo um quadro totalmente diferente do que eu havia conhecido e que não condizia aos meus parâmetros para alguém como ela.

Continuando as perguntar para tentar adentrar em suas crenças e essas foram suas respostas.

- Nessa cidade não existem amigas.

- Os homens só me procuram com "aquelas intenções".

- Realmente o mundo está complicado.

Quando eu afirmei que na realidade ela estava exatamente no local onde ela se colocou, ela pulou. Dizendo que não era bem assim como eu estava falando. Que as pessoas "eram assim e eram assado".

De toda essa analise ficou claro as idéias que ela lançava para o mundo foram as idéias que se manifestaram em sua vida. Nem mais nem menos.

Todos nós aqui sabemos que existem pessoas de todas as formas em nossas vidas. Mas taxar como as pessoas são só faz atrair exatamente o mesmo tipo de pessoa. Como prova o exemplo da minha amiga. Afinal é exatamente na ilusão que criamos é que iremos viver.

Voltando a nossa analogia, as fontes dentro do lago de nossa irmãzinha estavam manifestando seus pensamentos da forma como ela os tinha criado. E dessa forma a superfície de seu lago reagiu a isso, pois não existe essa divisão entre o que pensamos e o que se manifesta em nosso mundo. Feito de energias que se atraem ou repelem e sempre reagem uma as outras.

Como uma frase que li em um livro do autor Joe Vitale:

"A energia que você exterioriza é o resultado que você obtém"
Jonathan Jacobs

Outra ilusão que devemos acabar é decorrência lógica da primeira:

Não existem vitimas nem algozes nesse mundo.

- Somos os responsáveis por todos os acontecimentos em nossas vidas -

Sim.

Se nosso universo exterior representa exatamente as energias que vibram em nosso interior, a lógica é que tudo que ocorre dentro e fora da gente é nossa responsabilidade.

Então uma pergunta bate em nossa cabeça:

Como encontrar a paz e a felicidade agora?

Primeiro passo é deixar o passado para traz.

Toda situação mal resolvida fica escondida dentro de nós. Em algum lugar recriando e recriando todo o desgaste advindo dela. Sem saber nossa energia está sendo gasta em conflitos sem fins que foram reprimidos para dentro da gente e, mais, estão fazendo parte de nossa vibração básica.

Tudo acontece agora. Não adianta falar que esquecer é perdoar ou resolver. Afinal nossa mente é atemporal. Tudo que ocorre nela está ocorrendo no presente. E para resolver esses conflitos temos como primeiro passo o auto perdão.

Culpa gera medo e o medo bloqueia as experiências positivas de vida e nos traz as negativas.

Antes que alguém fique alardeado trago palavras de um grande escritor para mostrar que:

"Na vida aprendemos as lições que precisamos de duas maneiras: através da obediência às leis naturais ou através do sofrimento das conseqüências por não ter observado essas leis...Nenhum de nós conscientemente cria o sofrimento que vivemos."
( Karol Truman, "Sentimentos Enterrados Vivos Nunca Morrem", 1998)


Exatamente assim as leis naturais ditam. A felicidade, a abundância, a saúde são tudo que seu EU verdadeiro clama.

Mas uma vez trazendo as palavras de Jonathan Jacobs:

"Uma vez que você cuide do dentro, você terá resultados no fora".

"Quando você aprende as lições, você não precisa das experiências".

Quando nos sentimos culpados temos medo de voltar a repetir situações que nos proporcionaram esses sentimentos.

Logo o auto perdão nos traz a limpeza energética nos caminhos que nos traz o que queremos. A conexão com nosso eu divino.

Aproveitando a festa de frases desses celebres pensadores e autores:

"Tudo que acontece em sua vida está guiando você na direção de seus objetivos".
Bob Proctor

Logo, se estão acontecendo situações ruins ou desgastantes fica claro que nosso objetivo não condiz com nossa vontade real. Mas se o que está acontecendo é legal é positivo estamos exatamente no caminho certo de nossa felicidade.

Claramente não falo para ninguém entrar em pânico e radicalmente querer mudar tudo em sua vida. Siga seu coração quando estiver na duvida se está vivendo ou buscando alguma ilusão negativa. Ele é seu único guia nesses momentos.

Descobrindo o que não gostam (ilusão negativa) e o que gostam estaremos no caminho para criar a vida que realmente sonhamos.




José Guilherme Godoy Gontijo. 09-06-2009
Fonte: http://jornadaconsciente.blogspot.com/2009/06/descobrindo-as-ilusoes-da-vida.html

sábado, 12 de novembro de 2011

Estratégias da mente para evitar o Agora – Parte 1



A perda do agora: a ilusão central

Mesmo que eu aceite que o tempo é uma ilusão, que diferença isso fará na minha vida? Tenho que continuar a viver em um mundo absolutamente dominado pelo tempo.

O entendimento intelectual é apenas mais uma crença e não vai fazer muita diferença para a nossa vida. Para perceber essa verdade temos que vivenciá-la. Quando cada célula do nosso corpo está tão presente que vibra com a vida, e quando conseguimos sentir essa vida a cada momento como a alegria do Ser, podemos dizer que estamos livres do tempo.


Mas ainda tenho de pagar as contas e sei que vou envelhecer e morrer, exatamente como todas as pessoas. Como posso dizer que estou livre do tempo?

As contas de amanhã não são um problema. A degeneração do corpo não é um problema. A perda do Agora é o problema, ou melhor, a ilusão central que transforma uma situação simples, um acontecimento ou uma emoção em um problema pessoal e em sofrimento. Perder o Agora é perder o Ser.

Livrar-se do tempo é livrar-se da necessidade psicológica tanto do passado quanto do futuro. Isso representa a mais profunda transformação de consciência que você possa imaginar. Em casos muito raros, essa mudança na consciência acontece de forma drástica e radical, de uma vez por todas. Quando isso acontece, normalmente é através de uma completa rendição, em meio a um sofrimento intenso. Muitas pessoas, entretanto, têm de trabalhar para obtê-la.

Depois dos primeiros vislumbres do estado atemporal de consciência, passamos a viver em um vaivém entre a dimensão do tempo e a presença. Primeiro, você começa a perceber que a sua atenção raramente está no Agora. Entretanto, saber que você não está presente já é um grande sucesso. O simples saber já é presença – mesmo que, no início, dure só alguns segundos no tempo do relógio antes de desaparecer outra vez. Depois, com uma freqüência cada vez maior, você escolhe dirigir o foco da consciência para o momento presente. Você se torna capaz de ficar presente por períodos mais longos. Portanto, antes que sejamos capazes de nos estabelecer com firmeza no estado de presença, oscilamos, periodicamente, de um lado para o outro, entre a consciência e a inconsciência, entre o estado de presença e o estado de identificação com a mente. Perdemos o Agora várias vezes, mas retornamos a ele. Por fim, a presença se torna o estado predominante.

A maioria das pessoas nunca vivencia a presença. Ela acontece apenas de modo breve e acidental, em raras ocasiões, sem ser reconhecida pelo que é. Muitos seres humanos não se alternam entre a consciência e a inconsciência, mas somente entre diferentes níveis de inconsciência.


A inconsciência comum e a inconsciência profunda

O que você quer dizer com diferentes níveis de inconsciência?

Como você provavelmente sabe, o ser humano se desloca constantemente entre fases do sono em que sonha e que não sonha. Da mesma forma, a maioria das pessoas, quando acordada, se alterna entre a inconsciência comum e a inconsciência profunda. Chamo de inconsciência comum essa identificação com os nossos processos de pensamentos e emoções, nossas reações, desejos e aversões. É o estado normal da maioria das pessoas. Nesse estado, somos governados pela mente e não temos consciência do Ser. Não se trata de um estado de sofrimento agudo ou de infelicidade, mas de um nível baixo e contínuo de desconforto, descontentamento, enfado ou nervosismo, como uma espécie de estática ao fundo. Talvez você não perceba muito bem essa situação porque ela já faz parte da nossa vida “normal”, da mesma forma que você não percebe um barulho contínuo ao fundo, como o zumbido do ar-condicionado, até ele parar. Quando isso acontece de repente, ocorre uma sensação de alívio. Muitas pessoas usam a bebida, as drogas, o sexo, a comida, o trabalho, a televisão, ou até mesmo o ato de fazer compras como anestésicos, em uma tentativa inconsciente para acabar com esse desconforto básico. Quando isso acontece, uma atividade que poderia ser muito agradável, se feita com moderação, passa a ter um componente de compulsão ou dependência, e tudo o que se obtém sob essa influência traz uma sensação de alívio por um período extremamente curto.

A sensação de desconforto da inconsciência comum se transforma no sofrimento da inconsciência profunda, ou seja, um estado de sofrimento ou infelicidade mais agudo e mais perceptível quando as coisas “vão mal”, quando o ego é ameaçado ou quando existe um desafio maior, tal como uma perda real ou imaginária em nossa situação de vida, ou um conflito numa relação. A inconsciência profunda é uma versão ampliada da inconsciência comum, da qual difere na intensidade, mas não na espécie.

Na inconsciência comum, uma resistência habitual ou uma negação daquilo que é cria um desconforto que a maioria das pessoas aceita como algo normal. Quando essa resistência se intensifica através de algum desafio ou ameaça ao ego, faz aflorar uma negatividade intensa que se manifesta sob a forma de raiva, medo profundo, agressão, depressão, etc. A inconsciência profunda significa, com freqüência, que o sofrimento começou e que você passou a se identificar com ele. A violência física não aconteceria sem o estado de inconsciência profunda. Ela pode explodir com facilidade quando as pessoas geram um campo coletivo de energia negativa.

O melhor indicador do nível de consciência é a maneira como você lida com os desafios da vida. É através desses desafios que uma pessoa já inconsciente tende a se tornar mais profundamente inconsciente, e uma pessoa consciente a se tornar mais intensamente consciente. Podemos nos valer de um desafio para nos acordar ou para permitir que ele nos empurre para um sono ainda mais profundo. O sonho no nível da inconsciência comum se transforma, então, em pesadelo.

Se você não consegue estar presente mesmo em situações normais, como, por exemplo, quando está sozinho em uma sala, caminhando no campo ou ouvindo alguém, certamente não será capaz de permanecer consciente quando alguma coisa “vai mal”. Será dominado por uma reação, que é sempre, em última análise, alguma forma de medo, e empurrado para uma inconsciência profunda. Esses desafios são os seus testes. Só o modo como você lida com eles lhe mostrará onde você está no que se refere ao seu estado de consciência, e não a quantidade de horas que você consegue ficar sentado com os olhos fechados.

Portanto, é fundamental colocar mais consciência em sua vida durante as situações comuns, quando tudo está correndo de modo relativamente tranqüilo. É assim que se aumenta o poder de presença. Ele gera um campo energético de alta freqüência vibracional em você e ao seu redor. Nenhuma inconsciência, nenhuma negatividade, nenhuma discórdia ou violência pode penetrar nesse campo e sobreviver, do mesmo modo que a escuridão não consegue sobreviver na presença da luz.


O que eles estão buscando?

Carl Jung relata, em um de seus livros, uma conversa mantida com um chefe indígena norte-americano para quem a maioria das pessoas brancas tinha rostos tensos, olhos espantados e um ar cruel. O chefe disse: “Estão sempre buscando alguma coisa. O que eles estão procurando? Os brancos sempre querem alguma coisa. Estão sempre agitados e descontentes. Não sabemos o que desejam. Achamos que são loucos”.

Não há dúvidas de que a tendência a uma permanente sensação de desconforto começou muito antes do surgimento da civilização industrial ocidental, mas foi na civilização ocidental, que hoje cobre quase todo o planeta, inclusive grande parte do Leste, que ela se manifestou de uma forma aguda sem precedentes. Ela já estava presente no tempo de Jesus e também seiscentos anos antes, no tempo de Buda, e muito antes desse tempo. “Por que vocês estão sempre ansiosos?”, Jesus perguntou aos discípulos. “Será que os seus pensamentos ansiosos podem acrescentar um simples dia às vossas vidas?” Da mesma forma, Buda ensinou que a raiz do sofrimento pode ser encontrada em nossos desejos e ansiedades permanentes.

A resistência ao Agora como uma disfunção básica coletiva está intimamente ligada à perda da consciência do Ser e forma a base da nossa civilização industrial desumanizada. Freud também reconheceu a existência dessa tendência para o desconforto e escreveu sobre o assunto em seu livro O Mal-Estar na Civilização, mas não admitiu a verdadeira raiz da inquietação e falhou em perceber que é possível libertar-se dela. Essa disfunção coletiva criou uma civilização muito infeliz e extraordinariamente violenta, que se tornou uma ameaça não só para si mesma, mas para toda a vida do planeta.


Dissolvendo a inconsciência comum

Como podemos nos livrar desse desconforto?

Torne-o consciente. Observe as muitas maneiras pelas quais o desconforto, o descontentamento e a tensão surgem dentro de você, através de julgamentos desnecessários, resistência àquilo que é e negação do Agora. Qualquer coisa inconsciente se dissolve quando a luz da consciência brilha sobre ela. Se soubermos como dissolver a inconsciência comum, a luz da nossa presença irá brilhar intensamente e será muito mais fácil lidarmos com a inconsciência profunda. Mas, no início, talvez não seja muito fácil detectar a inconsciência comum porque a consideramos uma coisa normal.

Habitue-se a monitorar o seu estado mental e emocional através de uma auto-observação. “Estou me sentindo à vontade nesse momento?” é uma pergunta que você deve se fazer com freqüência. Ou pode se questionar: “O que está acontecendo dentro de mim neste exato momento?” Mantenha o mesmo nível de interesse pelo que vai tanto no seu interior quanto no exterior. Se você captar corretamente o interior, o exterior se encaixará no lugar. A realidade principal está no interior, a realidade externa é secundária. Mas não responda logo a essas questões. Direcione a sua atenção para o interior. Olhe para dentro de você. Que tipo de pensamentos a sua mente está produzindo? O que você sente? Dirija a atenção para o seu corpo. Existe alguma tensão? Quando você perceber um certo desconforto, um ruído estático ao fundo, verifique que caminhos você está usando para evitar, resistir ou negar a vida, o Agora. Existem muitos caminhos pelos quais resistimos, inconscientemente, ao momento presente. Vou dar alguns exemplos. Com a prática, o seu poder de auto-observação, de monitorar o seu estado interior, se tornará mais aguçado.


Libertando-se da infelicidade

Você não está satisfeito com as atividades que desempenha? Talvez não goste de seu trabalho ou tenha se aborrecido por ter concordado em fazer alguma coisa, embora parte de você não goste e ofereça resistência. Tem algum ressentimento oculto em relação a alguém próximo a você? Percebe que a energia que você desprende por conta disso tem efeitos tão prejudiciais que você está contaminando a si mesmo e aos que estão ao seu redor? Dê uma boa olhada dentro de você. Existe algum leve traço de ressentimento ou má vontade? Se existe, observe-o, tanto no nível mental quanto no emocional. Que tipos de pensamento a sua mente está criando em torno dessa situação? Depois, observe a sua emoção, que é a reação do corpo a esses pensamentos. Sinta a emoção. Ela lhe parece agradável ou não? É uma energia que você escolheria para ter dentro de você? Você tem escolha?

Talvez a atividade seja tediosa, ou alguém próximo a você seja desonesto, irritante ou inconsciente, mas tudo isso é irrelevante. Não faz a menor diferença se os seus pensamentos e emoções a respeito da situação tenham ou não uma justificativa. O fato é que você está resistindo ao que é. Está transformando o momento atual num inimigo. Está criando infelicidade, um conflito entre o interior e o exterior. A sua infelicidade está poluindo não só o seu próprio ser interior e daqueles à sua volta, como também a psique coletiva humana, da qual você é uma parte inseparável. A poluição do planeta é apenas um reflexo externo de uma poluição interior psíquica gerada por milhões de indivíduos inconscientes, sem a menor responsabilidade pelos espaços que trazem dentro de si.

Você pode parar de executar a tarefa que está lhe causando insatisfação, falar com a pessoa envolvida e expressar todos os seus sentimentos, ou livrar-se da negatividade que a sua mente criou em volta da situação e que não serve a nenhum propósito, exceto o de fortalecer um falso sentido do eu interior. É importante reconhecer essa inutilidade. A negatividade nunca é o melhor caminho para lidar com qualquer situação. Na verdade, na maior parte dos casos, ela nos paralisa, bloqueando qualquer mudança verdadeira. Qualquer coisa feita com uma energia negativa será contaminada por ela e dará origem a mais sofrimento. Além disso, qualquer estado interior negativo é contagioso, pois a infelicidade se espalha mais rapidamente do que uma doença física. Pela lei da ressonância, ela detona e alimenta a negatividade latente nos outros, a menos que sejam imunes, quer dizer, altamente conscientes.

Você está poluindo o mundo ou limpando a sujeira? Você é responsável pelo seu espaço interior, da mesma forma que é responsável pelo planeta. Assim no interior, assim no exterior: se os seres humanos limparem a poluição interior, deixarão então de criar a poluição externa.


Como podemos nos livrar da negatividade?

Descartando-a. Como nos livramos de um pedaço de carvão em brasa que está em nossas mãos? Como nos livramos de uma bagagem pesada e inútil que estamos carregando? Reconhecendo que não desejamos mais sofrer nem carregar peso, e deixando-os de lado.

A inconsciência profunda, como o sofrimento físico ou outro sofrimento profundo, como, por exemplo, a perda de uma pessoa amada, quase sempre necessita ser transformada através da aceitação combinada com a luz da presença, ou seja, através de uma atenção constante. Por outro lado, muitos padrões da inconsciência comum podem ser simplesmente descartados ao percebermos que não os queremos mais ou que não precisamos mais deles, que temos uma escolha e que não somos só um feixe de reflexos condicionados. Tudo isso indica que somos capazes de acessar o poder do Agora. Sem ele, não temos escolha.


Ao chamar algumas emoções de negativas, será que você não está criando uma polaridade mental de bom e mau, como mencionou anteriormente?

Não. A polaridade foi criada num estágio anterior, quando sua mente julgou o momento presente como mau. Foi esse julgamento que criou a emoção negativa.


Mas ao chamar algumas emoções de negativas, você não está querendo dizer que elas não deveriam estar ali, que não está certo ter essas emoções? Entendo que deveríamos nos permitir ter qualquer tipo de sentimento, sem julgar se ele é bom ou mau. Não há nada demais em estar com raiva, de mau humor, ou seja lá o que for, do contrário, nos sentiremos reprimidos, em conflito interior ou rejeitados. As coisas estão bem do jeito que são.

Sem dúvida. Quando um padrão mental, uma emoção ou uma reação forem observados, aceite-os. Você não está consciente o bastante para ter uma escolha em relação a esse assunto. Não se trata de um julgamento, apenas de um fato. Se você tivesse uma escolha, ou percebesse que, de fato, tem uma escolha, escolheria o sofrimento ou a alegria, o conforto ou o desconforto, a paz ou o conflito? Escolheria um pensamento ou um sentimento que separasse você do seu estado natural de bem-estar, da alegria da vida interior? Chamo de negativo a qualquer sentimento dessa natureza, o que significa simplesmente mau. Não no sentido de “você não deveria ter feito isso”, mas simplesmente o mau no sentido concreto, como sentir dor de estômago. Como é possível que os seres humanos tenham assassinado mais de 100 milhões de seus semelhantes apenas no século vinte? Pessoas infligindo um sofrimento de tal magnitude umas às outras está além de qualquer coisa que você possa imaginar. E isso sem considerar a violência física, mental e emocional, a tortura, o sofrimento e a crueldade que os homens continuam a infligir uns aos outros, bem como a outros seres vivos.

Será que agem assim em seu estado natural, em contato com a alegria da vida dentro deles? Claro que não. Somente aqueles que vivem num estado profundamente negativo, que se sentem de fato muito mal, poderiam ver tal realidade como um reflexo do modo como se sentem. No momento, essas pessoas estão empenhadas em destruir a natureza e o planeta que nos sustenta. Isso é inacreditável, mas é verdadeiro. O homem é uma espécie perigosamente insana e doente. Isso não é um julgamento, é um fato. É também um fato que a sanidade está lá, por baixo da loucura. A cura e a redenção estão disponíveis neste exato momento.

É verdade que, quando aceita seu ressentimento, o mau humor, a raiva, etc., você não sente mais necessidade de manifestá-los de maneira cega e tem menos chance de projetá-los sobre os outros. Mas eu me pergunto se você não está se iludindo. Quando uma pessoa vem praticando a aceitação por um tempo, como é o seu caso, chega um ponto em que precisa passar para o estágio seguinte, onde essas emoções negativas não são mais criadas. Se você não passa, a “aceitação” se torna apenas um rótulo mental que permite ao seu ego continuar a ser tolerante com a tristeza e, dessa forma, fortalecer o sentimento de separação das outras pessoas, do seu ambiente, do seu aqui e agora. Como você bem sabe, a separação é a base do sentido de identidade do ego. A aceitação verdadeira poderia transformar tudo de uma vez por todas. E se sabe, bem lá no fundo, que tudo “está bem” como você diz, será que esses pensamentos negativos viriam em primeiro lugar? Se não houver julgamento nem resistência ao que é, eles nem surgiriam. A sua mente diz que “tudo está bem”, mas no fundo você não acredita nisso, e assim os velhos padrões de resistência mental e emocional ainda estão ali. É isso o que nos faz mal.


Isso também não tem importância.

Você está defendendo o seu direito de ser inconsciente, o seu desejo de sofrer? Não se preocupe, pois ninguém vai lhe tirar esse direito. Ao perceber que um determinado tipo de alimento lhe faz mal, você continuaria a comer aquele alimento e insistiria em afirmar que não se importa em passar mal?