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domingo, 28 de agosto de 2016

Você não é o que pensa que é


Aquilo que você chama de “meu jeitinho” não é você. Suas manias; aquilo que te deixa melindrado, delimitando espaço ou pedindo licença porque não se permite, porque tem medo de intimidade, porque tem medo de perder a sua individualidade, não é você. Você não é o seu conjunto de particularidades, apenas as criou para poder realizar o seu projeto de sofrimento. Você não é uma personalidade em constante ameaça, que só pensa em proteger tudo que é seu: seu tempo, seu espaço, seus amigos, seu país, seu umbigo, sua culpa, suas coisas, seus melindres.

O amor dissolve o ego e nele você perde o controle sobre aquilo que você pensa que é e sobre aquilo que você pensa que é seu. O amor desestrutura e você é o amor, portanto tem medo de encontrar a si mesmo. Seu controle disfarçado de proteção é a sua resistência em se encontrar. Seu controle é o mantenedor do mecanismo ilusório que te faz sofrer chamado ego e este mecanismo é o que te faz ir contra o fluxo amoroso que está pacientemente tentando te guiar todos os dias pelo caminho da felicidade.

É preciso soltar o leme, soltar a resistência ao que é bom pra você e aceitar que você não sabe qual é o melhor caminho, pelo menos enquanto servir a dois senhores (ego/amor). O ego te faz desejar coisas, quanto mais você deseja mais se distancia destas coisas. Quando você atrai algo motivado pelo desejo a sensação de falta continua presente e com ela o medo. É bem provável que apesar de possuir o que tanto desejou o sofrimento também esteja presente nesta relação. Você é tudo, o que deseja e o objeto desejado e nada está te faltando. Enquanto não entrar em fusão amorosa com objeto desejado o resultado será sempre sofrimento porque está olhando a partir da falta. Se eu quero amor eu me torno amor, simples assim. Se eu vejo algo a partir do amor eu admiro, eu não quero pra mim, eu contemplo com uma felicidade tal que me torno aquilo que muito provavelmente se manifestará em minha vida, eu me fundo com o objeto amado. Para que isso aconteça é necessário sair do próprio umbigo, quem deseja é o umbigo, é o ego, o amor só expande a admiração ao objeto admirado. O amor tem tanto que sai de si e se estende até o outro porque sabe que não está limitado a uma história num corpo, o amor sabe que também é o outro. Você não é esta pequena história com começo e fim dentro de um corpo. Você o amor, você é a Vida, ilimitada, eterna, sem tempo nem espaço, em comunhão com tudo e com todos.


Texto de Marcela Leal

domingo, 21 de agosto de 2016

A cegueira do julgamento


Você não tem todas as informações envolvidas numa cena pra julgar. Você nunca terá! Você nunca tem como saber o que está acontecendo de verdade se tentar identificar a cena de acordo com o que você tem na mente. É por isso que, ao olhar para uma cena, devemos apenas observar. O que significa observar? Significa não colocar a sua interpretação do fato na cena. A partir do momento que você interpretou, de acordo com as referências que tem na sua mente; referências estas frutos de crenças, você julga, e então não vê mais nada como é de verdade.

A partir do momento que você julgou a cena a sua visão real se turva, você entra no medo e começa a projetar a partir do medo. É como se você criasse em cima da cena real uma cena imaginária. Você olha pra cena e busca no cenário apenas elementos que confirmem seu medo, você não está mais vendo. Você está cego!

Por exemplo: Um casal de namorados. O rapaz sai em viagem de trabalho e numa das noites posta uma foto de uma taça de vinho numa rede social (ele gosta de vinho estava bebendo com um amigo no bar do hotel antes de dormir). No mesmo instante, a namorada em casa vê a foto da taça de vinho e, na mente dela, de acordo com as crenças DELA, vinho significa romantismo, e seu namorado + uma taça de vinho = traição. Como ela entra no medo, afinal já foi traída, não existe mais nenhuma possibilidade de interpretação para esta foto, só a possibilidade de traição mesmo. Então ela começa a fuçar as redes sociais dele e vê fotos e trocas de comentários dele com uma garota bonita (prima dele, mas ela não sabe) e enlouquece. O ego a afasta para que julgue sozinha, o ego sentencia e decide que o réu é culpado de acordo com a viagem que o medo na cabeça dela criou. O ego dá o veredito final. 
O veredito final será sempre a separação, a função do ego é a separação. Então a garota desliga o celular e no dia seguinte não atende nenhuma das ligações do rapaz, afinal ele é um traidor e aquele vinho ele estava tomando com aquela garota numa noite romântica. Ela decide terminar tudo, por mensagem. Pergunta se até hoje o cara da taça de vinho sabe o que aconteceu?

É preciso muito diálogo e pouco julgamento pra que as pessoas se entendam. Por outro lado entrar num caminho sem volta é fácil porque todos nós temos problemas de autoestima. Rejeição e sofrimento nos relacionamentos infelizmente nos parecem algo mais “seguro” do que lidar com este desconhecido ameaçador chamado amor ou esta desconhecida chamada paz. Poucos de nós conseguem ultrapassar esta barreira de mentiras e viver as coisas de forma verdadeira e pacifica. É preciso limpar todas a crenças pra se relacionar de forma verdadeira com quem quer que seja, sem olhar pro outro através das lentes de uma mentira qualquer. Esta mentira certamente não é o outro. Você não conhece o outro. Se disponha a conhecer sem julgar. Portanto, muito cuidado ao olhar pra uma cena, não julgue, a partir do momento que você acha que sabe o que esta acontecendo você já esta mentindo. Só quem tem todas as informações envolvidas em uma cena é Deus ou o Todo, como preferir. E é a ele que você deve recorrer pra que te mostre a verdade sobre o fato. Não julgue, peça a verdade sobre o que está vendo, reconheça que você não sabe o que está acontecendo e ela virá, sem sofrimento. A verdade é feliz!
Texto de Marcela Leal

domingo, 14 de agosto de 2016

O NÃO REAL E AS MENTIRAS



"Assim, quando você se esconde atrás de fachadas, o real começa a morrer"
E essa é uma das leis fundamentais da vida: tudo aquilo que você esconde, se for errado, continuará crescendo. Aquilo que você expõe, se for errado, desaparece, evapora ao sol, e se for correto será nutrido. Exatamente o oposto ocorre quando você esconde alguma coisa correta, ela começa a morrer porque não está sendo nutrida. Ela precisa do vento, da chuva e do sol. Ela precisa de toda a natureza disponível para ela. Ela consegue crescer somente com a verdade, ela se alimenta com a verdade. Pare de lhe dar seu alimento e ela começa a diminuir.
E as pessoas estão acabando com aquilo que é real nelas e reforçando aquilo que não é real. A sua face não verdadeira se alimenta com mentiras, por isso você tem que continuar inventando mais e mais mentiras. Para dar sustentação a uma mentira você terá que mentir cem vezes mais, porque uma mentira só pode ser sustentada por mentiras ainda maiores.
Assim, quando você se esconde atrás de fachadas, o real começa a morrer e o não real prospera, torna-se mais robusto. Se você expuser-se, o não verdadeiro irá morrer, ele estará pronto para morrer, porque o não verdadeiro não consegue permanecer no aberto. Ele consegue permanecer apenas em sigilo, na escuridão, nos túneis da sua inconsciência. Se você o trouxer à consciência, ele começará a evaporar.

OSHO

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Espiritualidade e iluminação



Se espiritualizar ou se iluminar não são os objetivos. Enxergar é o objetivo! Iluminação é ver! Ver primeiro a si mesmo para ver o outro. Iluminação é o fim de todas ilusões. Enquanto acharmos que espiritualidade é um "algo a mais" que nos oferece proteção, uma moda de "boas vibrações", um meio de alcançar um "eu iluminado" ou ainda um dom místico exclusivo de poucos, estamos ainda na cegueira da dualidade. Enquanto acharmos que existe uma espiritualidade separada da vida, estamos ainda fechados a nos ver em todos os aspectos.
Espiritualidade é consciência! E ela abrange tudo. Como você se relaciona? O que sente/pensa, normalmente? Quais os teus hábitos alimentares? Sente propósito no que faz? Está vivendo o presente em paz? Consegue ver o papel que desempenha no ambiente aonde está? Como lida com os conflitos? Está aberto a se compreender e sair do vitimismo? Vê o que o teu relacionamento quer te despertar? Consegue enxergar através do outro? Saiu da programação mental coletiva? Quais são os teus medos?
As questões são muitas. Mas todas são respondidas, pois a essência da busca é essa... Compreensão! Entendendo que o sofrimento vem da inconsciência, do não entendimento, você, naturalmente, se abre a verdade e se liberta das projeções mentais. E então, abre os presentes que vêm do ser, que são abundantes e inomináveis. Eles já estão guardados em você.
Desperte!

Texto de Valéria Centenaro

terça-feira, 21 de junho de 2016

Entendendo as emoções: Medo e Coragem, duas faces da mesma moeda



As histórias de ficção encantam a humanidade desde o início dos tempos porque revelam segredos escondidos no inconsciente. Embora interfiram em nosso jeito de ser, não raro, demoram a ser decodificados. Justamente lá, no inconsciente, por ser território selvagem, as sombras atuam e terminam por alterar nossas vidas. Através das aventuras imaginárias narradas nos livros ou nas telas, o herói enfrenta vilões perigosos, encontra dificuldades inesperadas, precisa superar limites, aprende com perdas e frustrações para no final encontrar o maior tesouro: ele próprio.
A ficção, no fundo, conta a história de cada um de nós disfarçada com outra roupa, cenário e maquiagem. A necessidade que temos do herói nasce ao identificarmos a coragem indispensável para enfrentar nossos dragões e permitir que o melhor em nós floresça. O guardião dessa ponte que todos precisam atravessar é o medo.
O medo é o pai de todas as sombras. O ciúme nasce do medo de que a pessoa amada nos abandone; a inveja vem do medo de que a vida do outro seja mais bonita que a nossa; a raiva nada mais é do que medo de olhar no espelho e enfrentar quem realmente somos; a mágoa surge no momento que nosso medo tenta nos defender das nossas próprias limitações; a vitimização nasce do medo de negar os desafios inerentes à evolução; a fuga da realidade é o medo de enfrentar a verdade. A lista é enorme, porém temos sempre o medo à espreita na tentativa de nos impedir a caminhar através da fantástica e infinita Estrada da Luz.
“As maiores batalhas são travadas dentro de nós”, costumava repetir o velho monge do mosteiro da montanha. Ignorar o cárcere o torna ainda mais cruel. Os heróis apenas são assim denominados porque ousaram enfrentar as suas próprias sombras, justo aquelas que mais tememos ou fingimos não existir. “Só há coragem onde antes existia o medo”, alertava. 
O medo surge do instinto animal de sobrevivência e pode nos ser útil para alertar de perigo próximo. Apenas isto, pois além disto o medo se torna sombra, domina e aprisiona nos porões dos sentimentos densos e pensamentos obscuros. Na prisão sem grades do medo, costumamos negar a cela por não enxergarmos o que nos limita, paralisa ou tira do caminho. Mais do que sexo, poder ou dinheiro é o medo que acaba por mover parte do mundo. Só que para o lado errado.
Tudo que a vida quer da gente é coragem. Coragem para mergulhar dentro de si, se conhecer por inteiro e se transformar. Deixar para trás ideias e atitudes ultrapassadas, inventar um novo jeito de ser. Coragem para aceitar e abraçar o caminho, após vislumbrá-lo. Depois, coragem para percorrê-lo. Nisto consiste a valentia de enfrentar o medo escondido nos labirintos escuros da alma com as lamparinas do amor e da sabedoria. Sim, nossas sombras são os grandes adversários a serem enfrentados, entendidos e transformados. 
A cada sombra iluminada é como se o herói – não esqueça, cada qual é o herói da própria história – adquirisse uma nova espada ou magia e ficasse mais forte para continuar rumo à missão de salvar a linda e amada princesa. Ou seja, lapidar a pedra da existência até que se revele o diamante da alma. Pura luz. É para isto que as histórias servem, é isto que as histórias querem nos revelar.
Repare que em alguns terrenos da vida já caminhamos com tranquilidade e despidos de qualquer medo. Situações que antes apavoravam, hoje estão superadas por completo, nos permitindo transitar sem maiores sustos ou tensão. Já não representam mais obstáculos. Significa que já tivemos coragem de enfrentar alguns de nossos medos. São dificuldades e traumas ancestrais, sociais ou culturais que impedem de dizer “sim” quando entendemos ser o correto, de falar “não” quando nos faz mal, de escolher livremente quem queremos ser e por onde seguir (mesmo que muitos, ainda assombrados por medos e preconceitos, gritem que estamos errados ou para recuarmos).
Enfim, de viver o melhor da nossa essência. Desde o medo do quarto escuro da infância até a enfrentar um superior no ambiente de trabalho que discordamos do seu modo de agir, mas calamos por recear perder o emprego ou, por temer conflitos, em estabelecer limites necessários na convivência familiar para encontrar a verdadeira paz no lar. Assim, aos poucos, conseguiremos afinar a percepção, desalgemar as escolhas e revelar a beleza que existe dentro de cada um de nós na exata medida que enfrentamos os medos e nos transformamos.“Cada momento deste significa uma batalha vencida. Neste instante sorria consigo em silêncio como forma de prece, você adquiriu um novo dom. Os medos são ritos de passagem, ou portais, que ultrapassados aprimoram e fortalecem o andarilho na grande travessia da vida. A coragem do herói reside na alma todos. Use-a”, ensinava o velho monge.
Autor: Yoskhaz 
Fonte: http://estaremsi.com.br/entendendo-as-emocoes-medo-e-coragem-duas-faces-da-mesma-moeda/

sábado, 7 de maio de 2016

CONSCIÊNCIA: O CAMINHO PARA ESCAPAR DO SOFRIMENTO




A maior parte do sofrimento humano é desnecessária. Ele se forma sozinho,
enquanto a mente superficial governa a nossa vida.

O sofrimento que sentimos neste exato momento é sempre alguma forma de não-aceitação, uma forma de resistência inconsciente ao que é.  No nível do pensamento, a resistência é uma forma de julgamento. No nível emocional, ela é uma forma de negatividade. O sofrimento varia de intensidade de acordo com o posso grau de resistência ao momento atual, e isso, por sua vez, depende da intensidade com que nos identificamos com as nossas mentes. A mente procura sempre negar e escapar do Agora. Em outras palavras, quanto mais nos identificamos com as nossas mentes, mais sofremos. Ou ainda, quanto mais respeitamos e aceitamos o Agora, mais nos libertamos da dor, do sofrimento e da mente.

Por que a mente tem o hábito de negar ou resistir ao Agora? Porque ela não consegue funcionar e permanecer no controle sem que esteja associada ao tempo, tanto passado quanto futuro, e assim ela vê o atemporal Agora como algo ameaçador. Na verdade, o tempo e a mente são inseparáveis.

Imagine a Terra sem a vida humana, habitada apenas por plantas e animais. Será que ainda haveria passado e futuro? Será que as perguntas “que horas são?” ou “que dia é hoje?” teriam algum sentido para um carvalho ou uma águia? Acho que eles ficariam intrigados e responderiam: “Claro que é agora. A hora é agora. O que mais existe?”

Não há dúvidas de que precisamos da mente e do tempo, mas, no momento, em que eles assumem o controle das nossas vidas, surgem os problemas, o sofrimento e a mágoa.
Para ter certeza de que permanece no controle, a mente trabalha o tempo todo para esconder o momento presente com o passado e o futuro. Assim, a vitalidade e o infinito potencial criativo do Ser, que é inseparável do Agora, ficam encobertos pelo tempo e a nossa verdadeira natureza é obscurecida pela mente. Todos nós sofremos ao ignorar ou negar cada momento precioso ou reduzi-lo a um meio para alcançar algo no futuro, algo que só existe em nossas mentes, nunca na realidade. O tempo acumulado na mente humana encerra uma grande quantidade de sofrimento cuja origem está no passado.

Se não quer gerar mais sofrimento para você e para os outros, não crie mais tempo, ou, pelo menos, não mais do que o necessário para lidar com os aspectos práticos da sua vida. Como deixar de “criar” tempo? Tendo uma profunda consciência de que o momento presente é tudo o que você tem. Faça do Agora o foco principal da sua vida. Se antes você se fixava no tempo e fazia rápidas visitas ao Agora, inverta essa lógica, fixando-se no Agora e fazendo visitas rápidas ao passado e ao futuro quando precisar lidar com os aspectos práticos da sua vida. Diga sempre “sim” ao momento atual. O que poderia ser mais insensato do que criar uma resistência interior a alguma coisa que já é? O que poderia ser mais insensato do que se opor à própria vida, que é agora e sempre agora? Renda-se ao que é. Diga “sim” para a vida e veja como, de repente, a vida começa a trabalhar mais a seu favor em vez de contra você.


Extraído do livro O poder do Agora de Eckhart Tolle