O buscador nasce com uma angústia existencial:
Quem sou eu?
O que eu estou fazendo aqui?
Onde está a redenção que tanto almejo, e em algum lugar da minha alma, sei que existe?
E ele parte a buscar.
Sua ânsia é gigante.
Procura em livros, em igrejas, em amores, em bares, em drogas, em viagens...
Vai do céu ao fundo do mar.
Do interior ao escuro das florestas.
Acredita em mestres e guias, para depois atirar pedras e lama.
Entrega-se, mas não totalmente, ao caminho apresentado.
No fundo, o buscador sabe que, se começar realmente a achar algo, terá que entregar tudo, absolutamente tudo ao caminho. E reluta, pois não se sente preparado para andar nu.
Mas ele é um condenado: não possui a escolha de não buscar, e como tudo na vida, a vontade será feita.
Tudo deverá ser entregue – quer queira, quer não.
Pouco a pouco, as vestes irão caindo pela estrada. E ele irá percebendo que não precisava delas. Que o caminho o conduz e o provê.
A confiança vem chegando.
As perguntas vão cessando.
Passo a passo, o buscador vai percebendo que não havia nada para buscar.
Começa a relaxar.
A andar cada vez mais devagar.
Seu corpo está leve, e sua alma, em paz.
Vê todos os companheiros de jornada como mestres.
Mas sabe reconhecer que, embora todos sejam mestres, alguns foram essenciais em sua busca. E para estes, o buscador curva-se profundamente. Embora igual, se coloca pequenininho, pequenininho.
Ser e estar pequeno também é uma condição inalienável do caminho. Não há como fugir disso.
O buscador que recusar a curvar-se, será compelido pela força da própria busca a cair.
"Há centenas de meios de ajoelhar, e beijar o chão"...
Fonte: https://www.facebook.com/pages/I-love-constela%C3%A7%C3%A3o/599060913441912