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sábado, 29 de maio de 2010

O PERDÃO

Ele é a libertação. É o desprendimento. O processo de remover erros da mente para buscar a harmonia. Libertar o que é falso, trocando pelo que é verdadeiro. Abrir mão de um pensamento ou de uma emoção para facilitar a mudança do pensamento ou da emoção.

A maioria das pessoas acredita que, ao perdoarmos uma pessoa, estamos fazendo alguma coisa por ela. A verdade é que, quando perdoamos, estamos fazendo algo por nós mesmos. Estamos abrindo mão do que não queremos para abrir espaço para aquilo que queremos. Precisamos abrir mão da dor, da raiva, do ressentimento e do medo para poder sentir a bondade, a alegria, a paz e amor. Conceder o perdão de que a outra precisa fortalece a nossa natureza espiritual, que então se abre para colher os frutos da vida.Quando negamos o perdão ou o amor a alguém, por qualquer motivo, ficamos presos a tantas coisas antigas, que as boas não conseguem chegar até nós. Ficamos privados do bem que privamos os outros.

Enquanto você acreditar que as pessoas têm poder sobre você, será incapaz de perdoar. As pessoas não podem mudar quem você é e quem nasceu para ser. Podem colocar obstáculos em seu caminho e até fazer coisas que levarão você a acreditar ser diferente do que é, mas ninguém pode mudar, alterar ou atrapalhar a verdade de quem você é. A verdade é que somos divinos. A verdade é que a Divina Fonte da Vida nos criou perfeitos e completos e nada que qualquer pessoa faça poderá mudar isso. A verdade é que esquecemos que somos divinos e agimos de acordo com os nossos medos, nossas crenças e percepções humanas. Ao fazer isso, ofendemos uns aos outros, desrespeitamos os limites do outro, censuramos, agredimos e, de outras maneiras muito pouco solidárias, despejamos nossa dor em cima do outro. Isso não muda quem somos, mas pode nos fazer acreditar que somos menos do que somos. Isso nos deixa loucos de raiva, e quando nos agarramos à nossa loucura nos recusamos a perdoar.

Não existe ninguém que não cometa erros. Os erros fazem parte da vida humana. Confundimos aparência com a verdade. Não nos damos conta de que a vida é mais do que aquilo que vemos e que a verdade nem sempre é visível a olho nu. Não nos damos conta de que nem sempre conhecemos a história toda. Quando você não conhece a historia toda, qualquer conclusão que chegar será equivocada. Deixamos que nossas experiências, sobretudo as negativas, definam quem somos e o que merecemos. Ás vezes cometemos o erro de acreditar que os outros têm o poder de controlar ou alterar o nosso destino. Não são as outras pessoas que determinarão em última instância o que faremos ou o que seremos na vida, mas as nossas crenças, equivocadas ou não.

Se não cometêssemos erros, não saberíamos o que funciona e o que não funciona. Cada vez que cometemos um erro, o Divino Espírito da Vida nos proporciona a oportunidade de aprender e de nos corrigirmos. Infelizmente, às vezes quando nos vemos frente a frente com os resultados de nossas crenças, escolhas e percepções equivocadas, culpamos outras pessoas. Atribuímos a responsabilidade do que pensamos, sentimos ou acreditamos às outras pessoas. O maior erro que todos nós cometemos é acreditar que os outros podem nos prejudicar. Quando acreditamos nisso, não nos dispomos a perdoá-los.

Quando descobrimos que não é através da mágoa, da raiva e da autodestruição que alcançamos o que queremos, é hora de perdoar. Quando não conseguimos superar a lembrança do que uma pessoa nos fez e essa lembrança nos mantém magoados, ressentidos, com raiva, é hora de perdoar. Quando a única coisa que lembramos a respeito de uma pessoa é aquilo que ela nos fez, e não o fato de que é um ser humano sujeito a cometer erros, é hora de perdoar. Quando acreditamos saber as razões dos atos de uma pessoa e achamos que, se ela tivesse feito algo diferente, nós seriamos diferentes, é hora de perdoar. Se não gostamos de nos mesmo, e hora de perdoar. Se existe alguém a que não amamos, é hora de perdoar. Se estamos acima do peso, abaixo do peso, sem um tostão furado, vivendo um mau relacionamento, seguindo uma carreira que não nos satisfaz, como os dedos dos pés cheios de calos, com gripe ou dores de cabeça crônicas, há alguém, em algum lugar, que precisamos perdoar. Comece por você. Perdoe-se por acreditar que qualquer um que tenha forma humana pode de alguma forma alterar a verdade do seu ser. Feito isso, ficará muito mais fácil perdoar quem quer que seja, especialmente se você estiver mantendo essa pessoa como refém por comete erros humanos.

Extraído do livro: Um dia a minha alma se abriu por inteiro – Iyanla Vanzant

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