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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Realidade e as Crenças Pessoais


Você forma a estrutura de sua experiência por meio de suas próprias crenças e expectativas. Essas idéias pessoais sobre si mesmo e a natureza da realidade afetarão seus pensamentos e emoções. Você toma suas crenças sobre a realidade como verdadeiras, e em geral não as questiona. Elas parecem auto-explicativas e aparecem em sua mente como declarações de fato, demasiadamente óbvias para serem examinadas.

Com muita freqüência elas são aceitas, portanto, sem perguntas. Não são reconhecidas como crenças sobre a realidade, mas, pelo contrário, são consideradas como características da própria realidade. Em geral essas idéias parecem irrefutáveis, fazendo tanto parte de você que não lhe ocorre especular sobre sua legitimidade. Elas se tornam suposições invisíveis, mas, não obstante, colorem e formam sua experiência pessoal.

Algumas pessoas, por exemplo, não questionam suas crenças religiosas, mas aceitam-nas como fato. Outras acham comparativamente fácil reconhecer tais suposições interiores quando elas aparecem em um contexto religioso, mas tem pouco discernimento no que se refere a outros tipos de crenças.

É muito mais simples reconhecer suas próprias crenças em relação à religião, política ou assuntos semelhantes, do que identificar suas mais profundas crenças sobre si mesmo, sobre quem e o que você é - particularmente em relação à sua própria vida.


Muitas pessoas são completamente cegas para suas próprias crenças a respeito de si mesmas e da natureza da realidade. Você recebe excelentes pistas de seus próprios pensamentos conscientes. Muitas vezes se recusa a aceitar certos pensamentos que lhe vêm à mente porque eles conflitam com outras idéias geralmente aceitas.

Sua mente consciente está sempre tentando apresentar-lhe um quadro claro, mas você muitas vezes permite que idéias preconcebidas bloqueiem essa inteligência. Tornou-se moda culpar o subconsciente por problemas e dificuldades de personalidade, sendo que a idéia é que eventos anteriores, carregados e misteriosos, alojaram-se ali. Neste país, várias gerações cresceram acreditando que as porções subconscientes da personalidade não eram confiáveis, tinham muita energia negativa, continham apenas episódios desagradáveis que seria melhor esquecer.

Eles cresceram acreditando que a mente consciente era relativamente impotente, que a experiência adulta era estabelecida nos dias da infância. Tais conceitos criaram divisões artificiais. As pessoas aprenderam que não deveriam ter consciência de material "subconsciente".

As portas do eu interior foram firmemente fechadas. Somente uma psicanálise longa podia ou devia abri-las. O indivíduo normal sentia que era melhor deixar essa área de lado, e assim, ao fechar essas porções do eu, também estabelecia barreiras contra a alegria do eu interior espontâneo. As pessoas sentiam-se dissociadas do centro de sua própria realidade.

O conceito do pecado original era muito pobre, limitado e distorcido, mas, pelo menos, era acompanhado de procedimentos muito simples: Através do batismo, você podia ser salvo, ou por meio de algumas palavras, sacramentos ou rituais, alcançava a redenção. (Ver o Evangelho de Marcos 1:1-11, por exemplo)

A idéia do subconsciente maculado, porém, não deixou ao homem uma saída assim fácil. Os poucos rituais possíveis exigiam anos de análise, que apenas os muito ricos tinham o privilégio de vivenciar.

Mais ou menos ao mesmo tempo em que a idéia do subconsciente suspeito se generalizou, a idéia da alma foi relegada ao esquecimento. Milhões de pessoas, portanto, acreditaram em uma realidade na qual se encontravam privados da idéia de uma alma, sendo oprimidos pelo conceito de um subconsciente nada confiável, talvez definitivamente maligno. Essas pessoas viam-se como um ego, solitário e vulnerável, vagando, perigosamente e sem proteção, nas ondas tumultuosas de processos involuntários.

Mais ou menos ao mesmo tempo, muitas pessoas inteligentes estavam compreendendo que as idéias das religiões organizadas sobre Deus, céu e inferno eram distorcidas e injustas, tendo o sabor de histórias de contos de fadas infantis. Essas pessoas não tinham onde buscar ajuda.

Nessas circunstâncias, olhar para dentro teria parecido uma tolice, pois elas haviam aprendido que, para início de conversa, este dentro continha a fonte de seus problemas. Os que não podiam pagar uma terapia, tentavam com mais vigor inibir quaisquer mensagens do eu interior, por medo de serem tragados pelas selvagens emoções infantis.

Agora, antes de qualquer coisa: não há limites ou divisões para o eu, embora, para propósitos de discussão, uma palavra como "ego" possa ser usada aqui, já que compreende o que ela significa. Você pode verdadeiramente confiar nas porções aparentemente inconscientes de si mesmo. Como veremos mais tarde, pode tornar-se cada vez mais conscientemente perceptivo, trazendo para sua consciência porções cada vez maiores de si mesmo.

Você respira, cresce e realiza inúmeras atividades delicadas e precisas constantemente, sem ter consciência do como executa essas ações. Vive sem saber conscientemente como mantém este milagre da percepção física no mundo da carne e do tempo.


As porções aparentemente inconsciente da pessoa atraem átomos e moléculas do ar para formar sua imagem. Seus lábios movem-se, a língua pronuncia seu nome. O nome pertence aos átomos e moléculas dentro de seus lábios ou língua? Os átomos e as moléculas movem-se constantemente, formando-se em células, tecidos e órgãos. Como pode o nome proferido pela língua pertencer a eles?

Eles não lêem nem escrevem, contudo falam sílabas complicadas que comunicam a outros seres, como você mesmo, desde um simples sentimento às mais complicadas informações. Como fazem isso?

Os átomos e moléculas da língua não conhecem a sintaxe da língua que falam. Quando você começa uma sentença, em geral não tem a menor idéia consciente de como irá terminá-la; contudo, tem fé de que as palavras farão sentido e de que o que deseja dizer fluirá sem esforço.

Tudo isso acontece porque as porções interiores de seu ser atuam espontaneamente, alegremente, livremente. Tudo isso ocorre porque seu eu interior acredita em você, geralmente mesmo quando você não acredita nele. As porções inconscientes de seu ser atuam incrivelmente bem, em geral a despeito da grande incompreensão de sua parte sobre a natureza delas e de suas funções, e diante de fortes interferências que você faz por causa de suas crenças.

Cada pessoa experencia uma realidade única, diferente da de qualquer outro indivíduo. Essa realidade brota da paisagem interior dos pensamentos, sentimentos, expectativas e crenças. Se você acredita que o eu interior trabalha contra você e não por você, atrapalha seu funcionamento - ou melhor, força-o a comportar-se de uma certa forma por causa de suas crenças.


É função da mente consciente fazer julgamentos claros sobre sua posição na realidade física. Muitas vezes, falsas crenças impedem-na de fazê-los, pois as idéias egoisticamente mantidas impedem uma visão clara.

Suas crenças podem ser como cercas que o rodeiam.

Você precisa primeiro reconhecer a existência de tais barreiras - precisa vê-las, caso contrário nem irá perceber que não está livre, simplesmente porque não enxergará para além das cercas. (De maneira muito positiva:) Elas representarão as barreiras de sua experiência.

Há uma crença, porém, que destrói as barreiras artificiais da percepção, uma crença expansiva que, automaticamente, trespassa idéias falsas e inibidoras.

Agora, separadamente:

  • O Eu Não É Limitado

Essa afirmação é uma declaração de fato que existe independentemente de sua crença ou descrença nela. Depois desse conceito vem outro:

  • O Eu não conhece nem fronteiras nem separações.

As que você experimenta são resultado de falsas crenças. 

  • Você Cria Sua Própria Realidade

Eu lhe disse que o eu não é limitado; contudo, certamente você acha que seu eu acaba onde sua pele se encontra com o espaço, que você está dentro de sua pele. Ponto final. Seu ambiente, entretanto, é uma extensão de seu eu. É o corpo de sua experiência, unido à forma física. O eu interior forma os objetos que você conhece,  tão certa e automaticamente como forma seu dedo ou seu olho.


Seu ambiente é o quadro físico de seus pensamentos, emoções e crenças tornados visíveis. Uma vez que seus pensamentos, emoções e crenças movem-se através do espaço e do tempo, você afeta condições físicas separadas de você.

Considere a espetacular estrutura de seu corpo simplesmente do ponto de vista físico. Você o percebe como sólido, como percebe toda matéria física; contudo, quanto mais a matéria é explorada, mais óbvio se torna que dentro dela a energia toma formas específicas (a forma de órgãos, células, moléculas, átomos, elétrons), cada uma menos física que a anterior, cada uma combinando-se em misteriosa unidade (gestalt) para formar este corpo.

Os átomos dentro de seu corpo giram. Há comoção e atividade constantes. A carne que parecia tão sólida acaba sendo composta de partículas que se movem rapidamente - em geral orbitando-se mutuamente - com grandes trocas de energia ocorrendo continuamente.

A substância, o espaço fora de seu corpo, é composto dos mesmos elementos, mas em proporções diferentes. Há um intercâmbio físico constante entre a estrutura que você chama de seu corpo e o espaço fora dele: interações químicas, trocas básicas sem as quais a vida como você a conhece não seria possível.

Segurar a respiração é morrer. A respiração, que representa a mais íntima e mais necessária de suas sensações físicas, precisa fluir daquilo que você é, passando para o mundo que parece não ser você. Fisicamente, porções de você deixam seu corpo constantemente e misturam-se aos elementos. Você sabe o que acontece quando a adrenalina é liberada por meio dos vasos sanguíneos. Ela o excita e prepara-o para a ação. Mas, de outras formas, a adrenalina não permanece simplesmente em seu corpo. Ela é lançada ao ar e afeta a atmosfera, embora transformada.

Qualquer de suas emoções libera hormônios, mas elas também o deixam da mesma forma que sua respiração; podemos, então, dizer que você libera substâncias químicas no ar que, por sua vez, o afetam.

As tempestades físicas, portanto, são causadas por essas interações. Estou lhe dizendo mais uma vez que você forma sua própria realidade, e isso inclui o clima físico, que é o resultado, em massa, de suas reações individuais.

Você está em existência física para aprender e compreender que sua energia, traduzida em sentimentos, pensamentos e emoções, cria toda a experiência. Não há exceções.

Uma vez que você compreenda isso, terá apenas que aprender a examinar a natureza de suas crenças, pois elas automaticamente o farão sentir e pensar de certas formas. Suas emoções suas crenças, e não o contrário.

Gostaria que você reconhecesse suas próprias crenças em várias áreas. É preciso que compreenda que qualquer idéia que aceite como verdade é uma crença que você tem. Precisa, portanto, dar o próximo passo e dizer: "Não é necessariamente verdade, embora eu acredite nisso." Você aprenderá, espero, a desconsiderar todas as crenças que impliquem em limitações básicas. 


Primeiro, você precisa entender que ninguém pode mudar suas crenças para você, nem podem elas ser impostas a você de fora. Você pode verdadeiramente mudá-las por si mesmo, entretanto, com conhecimento e diligência.


Olhe ao redor. Todo o seu ambiente físico é a materialização de suas crenças. Seu sentido de alegria, tristeza, de saúde ou doença - tudo isso é causado por suas crenças. Se você acredita que uma certa situação deve torná-lo infeliz, é isso que fará, e a infelicidade então reforçará a condição.

Dentro de você está a habilidade de mudar suas idéias sobre a realidade e sobre você mesmo, de criar uma experiência pessoal de vida que seja satisfatória para você e para os outros. Gostaria que você escrevesse suas crenças sobre si mesmo, tomando consciência delas. Mais tarde poderá usar esta lista de uma forma que nem suspeita no momento.

Extraído do livro: Seth fala.

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