Quando a gente gosta de alguém, como costuma tratar essa pessoa?
No mínimo, com delicadeza, carinho e atenção, não é verdade?
Se essa pessoa precisar de cuidados, ofereceremos. Se ela precisar ser ouvida, nos esforçaremos para ouvi-la. Buscaremos compreendê-la, tentaremos entender o que ela está comunicando. Não a encheremos de julgamentos, rótulos e cobranças. Ao menos isso é o que se espera quando verdadeiramente gostamos de alguém...
Se alguém que estimamos adoece, nos preocuparemos e faremos o que estiver ao nosso alcance para auxiliar. Se porventura notarmos que seus hábitos estão prejudicando sua saúde física ou mental com certeza iremos alertar, ajudar, sentar junto e pensar alternativas. Porque é natural observar quem a gente ama. Porque é normal que se cuide de quem a gente gosta.
Levaremos essa pessoa a lugares agradáveis, nos importaremos em reconhecer seus gostos e ficaremos satisfeitos em vê-la contente. Se um dia a magoarmos nos importaremos com seus sentimentos, pediremos desculpas sinceras e com certeza buscaremos não repetir o que a magoou.
Tudo isso é o que se espera de uma relação de respeito e de amor, não é mesmo?
Repense agora essas situações colocando você mesmo no lugar dessa pessoa querida que imaginamos até aqui:
- Você se importa com seus próprios sentimentos e necessidades?
- De vez em quando se convida para passear e viver situações que lhe deixam feliz?
- Importa-se com sua saúde física e mental, mobilizando meios para que ela esteja sempre em dia?
- Pede-se perdão? Perdoa-se e busca não mais repetir o que lhe magoa?
Isso é autoestima: gostar de si mesmo e agir como tal. Quem gosta de si mesmo faz tudo isso que se espera que façamos ao outro quando o estimamos. Não se trata de egoísmo, nem de se achar melhor que o outro. É apenas oferecer a si mesmo aquilo que é bom, que faz bem, que faz crescer e ser mais feliz.
Para desenvolvermos a autoestima precisamos nos conhecer, caminhar enfrentando o medo do novo e partir rumo à descoberta desse ser cheio de possibilidades que somos nós, humanos. Muitas vezes somos treinados ou nos treinamos a não reconhecer que somos capazes ou merecedores de amor. Precisamos olhar para isso e tratar, com muito carinho. Às vezes até estamos nos esforçando, porém volta e meia nos pegamos repetindo as mesmas crenças limitadoras. O que faríamos a alguém querido se o encontrássemos nessa situação? Provavelmente lhe daríamos a mão e caminharíamos um pouco ao seu lado, demonstrando que ele não estaria mais sozinho. Você está com você mesmo? Ou se abandona ao menor deslize? Ou atira pedras ao menor sinal de erro?
Mesmo que de início não flua naturalmente (afinal fomos muito bem treinados para atirar pedras, mas pouco treinados a dar um afago e estender a mão para nós mesmos), tente observar no cotidiano o que pode oferecer a si mesmo com amor. Nas pequenas coisas podemos demonstrar tanto!
Reflita: o que você pode fazer hoje, agora mesmo, para demonstrar estima a si mesmo?
Talvez marcar aquela consulta sempre adiada ou telefonar para uma pessoa com quem se sinta à vontade para conversar. Talvez possa retomar um projeto ou cuidar melhor da alimentação. Quem sabe anotar as suas qualidades para não perdê-las de vista ou tomar uma atitude diante de situações que estejam lhe fazendo mal. A cada dia você pode ampliar o leque de práticas. Sempre tendo em mente que você pode tropeçar ainda assim, de vez em quando vai se pegar se boicotando, mas que isso não lhe retira todo o mérito da caminhada.
Estima se constrói. Com a autoestima não é diferente. Usufrua de sua companhia e inicie essa relação de amor que pode ser muito, muito frutífera!
Texto de Juliana Garcia
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