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domingo, 30 de outubro de 2011

Saia dos modelos



Vaidade para o senso comum é se arrumar, se enfeitar. Entretanto, isso não é vaidade e sim asseio.
Vaidade é querer ser para os outros, para ter aprovação e aceitação. Isso sim é se achar, mas se achar uma porcaria e querer provar o contrário.
Falta de auto-estima é pouco para nós seres humanos. Todos a temos, em graus diferenciados, é claro.
A necessidade em mostrar, evidenciar o que somos ou o que temos é nitidamente vaidade.
Há vários perfis de pessoas vaidosas, friso que todos nós a temos, nem que seja um resquício desta faceta do desamor.
Note que a pessoa vaidosa vive no controle de si mesmo, não bebe com medo de “sair do limite do aceitável”, não fala o que pensa com medo de ser rejeitada e assim vai...
A vaidade nos faz olhar no espelho e não nos amar – isso é bem típico de nós, mulheres.
Daí começam as comparações com os outros, porque para ser bonita tem que ser alta, magra, de pernas finas, mas você é estilo portuguesa, baixinha, cheinha, de pernas grossas.
Saia do modelo, comparação é sinal típico de vaidade – querer ser para os outros.
E as coisas não funcionam assim.
As pessoas se sentem atraídas por nossa energia e não por nossa aparência, como muitos pensam.
Quando você está bem, confortável consigo, vendo beleza, brilho e confiança em si mesmo, você opera como um imã chamando a atenção das pessoas em razão do seu magnetismo.
Já se você é daquelas pessoas que se alimentam com lixo, se colocando para baixo, se achando feio, desconfortável e frustrado, sua luz se apaga e no máximo, você atrairá moscas para rodeá-lo.
Somos energia, o ponto de atração reage de acordo com as nossas crenças, ou seja, com o que pensamos de nós mesmos. Nós nos definimos.
Milagres começam em nós.
Essa necessidade de si mesmo, de se amar, faz com que nós, muitas vezes procuremos nos outros o que falta em nós. A notícia é que isso não é possível. O “buraco” interior é  a falta de nós mesmos e não de alguém.
Você não consegue ficar sozinho, curtindo sua própria companhia?
Pois é, carência e solidão são sensações que demonstram o quanto estamos longe de nós mesmos, vazios. E, caso você arrume alguém, provavelmente despejará suas exigências para se sentir amado(a) no outro. Aí o relacionamento, ao invés de somar, irá subtrair, porque estará calcado no vampirismo, vale dizer, a carência e a necessidade de ser amado(a) nos faz exigir do outro o que só nós poderíamos dar para nós mesmos; e, o outro se sentirá esgotado, infeliz, porque quem gosta de exigências ou  de grude?
Além do mais, a energia de uma pessoa vaidosa é fundamentada no perfeccionismo, no ideal, contudo, a única forma de conseguir alcançar o mínimo de plenitude é optar pelo REAL em detrimento do IDEAL.
Ninguém nunca irá satisfazer todas as suas “necessidades”, só você.
Esperar dos outros é esperar pela frustração. Por isso, hoje em dia, os relacionamentos estão cada vez mais pobres, as pessoas se casam rápido, não conhecem a si mesmas (não sabem quais as suas carências e limites) e sequer, podem conhecer o outro. O resultado é este que a gente vê por aí: infelicidade, arrependimento e culpa. Só que depois de um relacionamento frustrado, muitos se sentem injustiçados porque não receberam o amor e a atenção que supostamente mereciam.
Mas vem cá... Você deu amor para si mesmo? Atenção? Ou só esperou do outro? Idealizou alguém para lhe tratar como um príncipe ou princesa e caiu do cavalo?!
Bem-vindo à realidade!
Quer amor?
Dê amor para si mesmo. O caminho é longo, trabalhoso, requer ajuste e experiências, mas o fato de olhar para nós mesmos nos faz menos vulneráveis às fantasias. 
Pois é, o ideal não existe. O modelo é pretensioso e como toda pretensão, é apenas ilusão e, desta forma, como ninguém consegue sustentar máscaras o tempo todo, chegará o tempo de lidar com a verdade.
Outrossim, o vaidoso sempre se machuca com frequência, afinal, 100% dos nossos sofrimentos estão fundamentados no orgulho. O Ego que nos insita ao sofrimento como meio de defender-se, fazer-se de vítima.
Se você quer ser feliz tem que abrir mão do padrão de ser certinho, com medo do que os outros irão pensar. Isso é humildade.
Humildade não é fazer-se de pobrezinho. Humilde não é aquele que tem pouco ou se faz de pouco, se põe para baixo para se igualar à hipocrisia alheia.
Humilde é aquele que enxerga a sua realidade interior e exterior, está a par dos seus vícios e virtudes e, principalmente, não nega suas qualidades e fraquezas. Isso sim é ser humilde.
Porque humildade é realidade, não é pretensão, ilusão ou ideal.
Portanto, aproveite e relaxe, se solte!
Seja você sem querer ser para o mundo. Quem realmente gostar de você, ficará ao seu lado pelo prazer da companhia e não pelo interesse.   
A vida funciona na leveza, na verdade. Mas é triste observar que, em que pese muita gente estar no caminho para descobrir a si mesmo, muitos ainda estão mergulhados no oceano da ilusão, do modelo ideal, da comparação ilusória. O resultado, alguns já sabem, outros irão confrontar-se com ele. Contudo, nunca é tarde e tudo é aprendizado.
Descobrir-se é o caminho.


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