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domingo, 3 de abril de 2011

O hábito da maledicência

O hábito da maledicência é bastante arraigado em nossa sociedade.

Chega a constituir exceção a criatura que jamais tece comentários maldosos sobre seus semelhantes.

Mesmo amigos, não raro, se permitem criticar os ausentes.

Quase todos os homens possuem fissuras morais.

Seria sinal de pouca inteligência não perceber essa realidade.

Não é possível ver o bem onde ele não existe.

Também não é conveniente ser incapaz de perceber vícios e mazelas que realmente existam.

Mas há uma considerável distância entre identificar um problema e divulgá-lo.

Encontrar prazer em denegrir o próximo constitui indício de grande mesquinharia.

Esse gênero de comentário é ainda mais condenável por ser feito de forma traiçoeira.

Freqüentemente quem critica o vizinho não tem coragem de fazê-lo frente-a-frente.

É uma grande covardia sorrir e demonstrar apreço por alguém e criticá-lo pelas costas.

Antes de tecer um comentário, é preciso ter certeza de que ele traduz uma verdade.

Sendo verdadeiro um fato, torna-se necessário verificar se há alguma utilidade em divulgá-lo. 

A única justificativa para apontar as mazelas alheias é a prevenção de um mal relevante.

Se o problema apresentado por uma criatura apenas a ela prejudica, o silêncio é a única atitude digna.

Assim, antes de abrir a boca para denegrir a reputação de alguém, certifique-se da veracidade dos fatos.

Sendo verídica a ocorrência, analise qual o seu móvel.

Reflita se seu agir visa a evitar um mal considerável, ou é apenas prazer de maldizer. Na segunda hipótese, é melhor calar-se.

É relevante também indagar se você tem coragem de comentar a ocorrência na frente da pessoa criticada.

Se o fizer, dará oportunidade para defesa.

Certamente a pessoa, objeto do comentário, possui a própria versão dos fatos.

Por todas essas razões, e outras tantas, jamais seja covarde.

A covardia é uma característica muito baixa e lamentável.

O fraco sempre escolhe vítimas que não podem oferecer defesa.

Agride de preferência as pessoas frágeis.

Quando não tem coragem para atacar diretamente, utiliza subterfúgios.

Enlameia a honra alheia, faz calúnias, espalha insinuações maldosas aos quatro ventos.

O homem que é alvo do ataque de um covarde geralmente nem sabe o que lhe aconteceu.

Apenas se espanta ao deparar com sorrisos irônicos onde quer que vá.

Em ambientes em que era recebido calorosamente, agora só encontra frieza.

Percebe, perplexo, o afastamento de amigos e parentes.

As fisionomias outrora benevolentes tornam-se sisudas.

Raramente alguém lhe esclarece a razão do ocorrido.

Assim, ele é julgado e condenado sem possibilidade de defesa.

Analise seu proceder e verifique se, por leviandade, às vezes você não age de forma maldosa e covarde.

Pense nos prejuízos que suas palavras podem causar na vida dos outros.

Imagine se fosse você a vítima do comentário ferino.

Certamente gostaria que a generosidade fizesse calar os seus semelhantes.

Ou ao menos que eles fossem leais o suficiente para falar às claras com você.

É preciso eliminar o hábito da maledicência.

Trata-se de um comportamento eivado de covardia.

E sem dúvida o seu ideal de vida não é ser um covarde.


Fonte desconhecida.



Sobre a imagem:
Originalmente, surgiu de uma sentença budista de conduta pessoal.
Não vejo o Mal ( no sentido de: não dar atenção demasiada, não realçar e nem se escandalizar ).
Não ouço o Mal ( no sentido de escutar fofocas).
Não falo o Mal ( no sentido de não propagar o mal através da voz).

O budismo tem muita sabedoria em pregar esse tipo de conduta.
No entanto, por experiência, sei que cada pessoa tem o seu momento. E sei também que cada um colhe o que planta. Por que tudo que fazemos ao outro estamos fazendo a nós mesmo. Somos todos um. Se damos alegria, recebemos alegria. Se damos tristeza, recebemos tristeza. O que você dá, você recebe, sempre. Não tem como mudar pois é uma Lei Universal, Divina.



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