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sábado, 6 de agosto de 2011

Assumir o outro é desvalorizar-se

Bondade não é pensar nos outros, fazer pelos outros, ter responsabilidade pelos outros. Esse foco no outro causa o desrespeito, o conflito, a frustração, o sintoma doentio da desvalorização.
A sociedade nos faz acreditar que “por o outro em primeiro lugar” é exercitar a bondade, mas basta analisar os resultados disso que se torna fácil perceber que assumir a responsabilidade do outro é abrir mão da própria força interior.
Aquele que tenta agradar a todos é cada vez mais desvalorizado, isso pode até soar estranho, mas é só observar e, talvez, você seja um deles.
É fato que recebemos esse “treinamento” quando criança, que gera consequências dolorosas em nós.
Mas será que isso é realmente verdade?
Será mesmo que ficaremos sozinhos se nos colocarmos em primeiro lugar?
Será que seremos condenáveis?
Isso é mesmo egoísmo?
Sacrificamos-nos muito pelos outros, dizemos sim, quando queremos dizer não, usamos as forças reservas para não magoar aos outros.
Mas, vem cá, magoar a si mesmo pode?
Se deixar frustrar é permitido?
Como diz o ditado: você veste um santo e “desveste” outro.
Creio que está mais que na hora de rompermos essa ditadura social de sacrificar-se, assumir o outro.
Assumir o outro é fazer algo por medo do que as pessoas irão pensar de você, com medo que riam de você, que lhe cobrem ou façam chantagem. Essa atitude só nos distancia de nós mesmos, nos deixa fraco e vulnerável, porque, é claro, não fomos ensinados a ser autênticos. Pelo contrário, nos ensinaram a gostar do que todo mundo gosta, ser como todo mundo é, pensar como todo mundo pensa, e reagir como todo mundo quer. Não há dúvidas que a mídia e o governo contribuem para a nossa alienação.
É preciso centrar-se.
Centrar-se é acreditar em si mesmo, é não querer ser bonitinho, bonzinho, legalzinho, pagar uma de bacana para o mundo.
Somos carentes de nós mesmos e esse alvoroço social só contribui para a nossa desvalorização.
Ah..., mas aquele que ultrapassa essa barreira, deixando de assumir o outro para centrar em si mesmo, se tornando autêntico é valorizado, porque as pessoas só valorizam quem se valoriza. Quem gosta de quem se faz de coitado?
Esse, é pois, o mais orgulhoso, quer atenção. Exige do outro a atenção que ele não dá para si mesmo e, quem não dá para si mesmo não tem do outro – é pura matemática.
Nos relacionamentos, muitas vezes tendemos a querer mais do outro do que damos a nós mesmos. Contudo, a matemática é exata: você dá para si mesmo, você tem, se não der para si mesmo, não terá sequer a atenção do outro.
Nos desvalorizamos ao tentar nos adequar para satisfazer outra pessoa, abrimos mão de nós mesmos, das nossas verdades e dos nossos valores para ser o que o outro quer, ou o que você acha que o outro quer.
Não queira ser ideal, prefira ser real, ser você mesmo, assumir seus valores, suas vontades, ser diferente.
A vida nos impulsiona para nos libertarmos da prisão que nós mesmos nos trancafiamos.
Permita-se fazer só o que lhe toca o coração, o que tem vontade. Mas não se desvalorize mais fazendo algo por conveniência, por medo do que os outros irão pensar, por orgulho ou porque a religião lhe ensinou assim.
Faça por você o que só você pode fazer, assuma a sua verdade.
Foque em si mesmo e traga o melhor para o seu interior.
Não se permita vulnerabilizar-se, não abra mão de si mesmo, deixe o que lhe faz mal lá fora e traga só o que é bom para dentro de si.  
Não espere nada de ninguém, nem atenção, nem carinho, nem valorização, porque quando você começa a se dar tudo isso, as pessoas vem para somar com tudo aquilo que você transmite.  

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