Pesquisar este blog

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A influência da religião e as crenças adquiridas



Religião – vem do latim religare, retornar à criação. Isto significa que as religiões deveriam operar como um fio condutor de espiritualidade. E quando me refiro à espiritualidade, entenda aqui como a essência inerente ao ser humano.

Para tanto, na busca do redescobrimento de nossa essência, é imprescindível que promovamos uma busca profunda por nós mesmos. Analisar o que temos de melhor e o que temos de pior, trazer para o nosso consciente o que muitas vezes está gravado no inconsciente.

A paz, o amor, a felicidade, a harmonia e a fé são impossíveis de se alcançar sem o auto-conhecimento.

A natureza pede que tenhamos um olhar mais amplo para nós mesmos e para tudo que nos rodeia. Pede evolução e mudança de crenças.

Todos sabemos que muitas religiões operam no medo, no julgamento, na condenação.  Não me parece que a mensagem de Deus seja calcada em atitudes e crenças tão mesquinhas e separatistas. A mente de Deus é muito maior que a mente dos homens e vai além do bem e do mal, do certo e do errado, do permitido e do reprimido.

Infelizmente herdamos essas crenças, muitas delas vindas da religião, de que Deus é um Deus que julga, que condena, que separa seus filhos entre bons e ruins. 

Não, o pecado não existe. Já está mais que na hora de retirarmos o véu da ignorância. Quem condena são os homens, não Deus. Em verdade, nós mesmos nos condenamos, nosso juiz e nosso Deus está em nossa consciência (interprete como consciente e inconsciente).

Analise suas crenças, como você enxerga as atitudes alheias. Caso você condene determinada atitude de alguém, saiba que se você incorrer neste mesmo modo de agir, será julgado exatamente como julgou. A natureza traz aquilo que acreditamos e que, em sua maioria, são padrões de crenças guardados em nosso inconsciente. Observe-se mais.

Mas é claro que para toda ação há uma reação, influenciada é claro por nossas crenças. Não é a toa que têm maior responsabilidade diante da vida aquele que melhor sabe fazer uso do discernimento.

Voltando ao assunto, a igreja condenou a sexualidade, o prazer, a diferença entre os sexos, o usufruto dos bens materiais,  deu força para a ideia de separação entre  ricos e pobres, grandes e pequenos aos olhos da instituição, inseriu uma ideia de perdição, ou seja, os bonzinhos irão para o céu e os maus para o inferno. Entretanto, o bonzinho não é realmente bonzinho, mas veste a máscara da bondade e se camufla de merecedor apenas para corresponder (de forma consciente ou não) à crença exigida pela sociedade, de que só há salvação para os bons.

Em verdade, muita gente não sabe o que é ser bom, porque bondade não vem da máscara, da mente, de um “querer ser”, bondade é essência, é vontade, é coração, é sentimento.

Por isso, o bondoso em essência sabe que não é preciso mostrar que há bondade em si mesmo, não faz caridade para guardar o seu lugar no céu ou para que os outros o enxergue como “bom”, faz porque o seu coração é generoso e sente-se bem em compartilhar; ele sabe falar não, sabe agir com firmeza e se permite errar sem se criticar, porque entende que esse não é o mundo da perfeição.

A necessidade de mostrar-se “bom” para o mundo nada mais é do que a tentativa de esconder o que de “pior” ele tem ou acha que tem, mas tem medo de assumir esse seu pior, então, veste a máscara da bondade para esconder o seu lado “sombra”.
A bondade não está em se forçar ser alguém “assim ou assado”, impondo a si mesmo ser simpático com os outros, agir como todo mundo age para merecer aplausos do mundo. Bondade está longe da presunção de “querer ser”, porque ela, simplesmente é.

Desta forma, a bondade verdadeira, muitas vezes encontra-se distorcida e seu real significado está bem longe daquele que a sociedade acredita.

Outro aspecto digno de nota se refere à sexualidade. A Igreja criou a repressão dos instintos humanos, porque é claro, ia de encontro aos seus interesses. Com essa repressão e mentalidade de “pecado e sujo” dada ao sexo, transferiu à consciência dos homens a mensagem de impureza e indignidade de ser filho de Deus.

Há muito lixo em nossa cabeça. Toda repressão é medo camuflado e o medo é a ferramenta que nos afasta de Deus. Estamos, pois, agindo na contra-mão do sucesso.

A natureza é instinto e divindade, afinal, somos matéria e espírito.

Contudo é sim necessário buscar harmonizar esses nossos dois aspectos. O caminho do meio é o caminho da luz – nem espiritualidade demais, nem matéria demais.

É bem verdade que tendemos, algumas vezes, a incorrer em excessos, por desacreditar em nosso lado espiritual damos vazão exclusivamente aos nossos instintos, ou por medo de lidar com a natureza instintiva escolhemos olhar apenas para nosso lado “espiritual”.

Como um bom aluno da escola da vida, talvez, seja necessário equilibrar os opostos – nem cá, nem lá – porque os excessos acabam sempre na culpa, no julgamento, na condenação, na miséria e degradação de si mesmo.

Mas lembre-se que se por acaso trilhar o caminho errado, não há nada de mal nisso, porque há sempre misericórdia e amor para o coração sincero. Ademais, o caminho do erro é sempre o caminho do essencial aprendizado, sem o qual não poderíamos extrair as virtudes e os conhecimentos de hoje.

O caminho da felicidade é o caminho contrário à repressão, ao medo, a culpa e para tanto, é necessário que joguemos fora tudo que um dia aprendemos e não nos serve mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por comentar.