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segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Resistência e os Riscos de Ser Feliz

Será mesmo que você pode ser feliz neste mundo? Ou você é daqueles que acreditam que a felicidade não é deste mundo? Ou ainda que a felicidade é coisa rara, só para alguns momentos especiais e nada mais? Que a vida é sempre luta e sofrimento? Eu sei que você gosta de pensar no melhor, mas, na realidade, em que é que você acredita?
Muitas pessoas foram criadas em um ambiente onde a riqueza era sinônimo de desonestidade ou de tentação que nos levaria, caso viéssemos a prová-la, a uma vida fútil. Ou, então, que o luxo nos faria perder a humanidade, tornando-nos frios e decaídos, tendo como resultado final não só a desconsideração de quem amamos como também a desaprovação de deus e uma possível punição por isso. Em resumo, a riqueza é sinônimo de perdição. Fica claro nesse exemplo que desenvolvemos defesas contra a riqueza. E, caso começarmos a chegar perto do que consideramos riqueza, os mecanismos de defesa disparam criando impedimentos para o nosso progresso.

A verdade é que a maioria de nós tem uma série de crenças contra o sucesso das quais nem sempre estamos conscientes, mas que nem por isso deixam de atuar com perfeição. É o caso daquele comerciante que, enquanto tinha apenas duas lojas, uma que ele mesmo tomava conta e outra que a sua esposa dirigia, tudo ia bem. Porém, quando resolveram abrir a terceira — o que segundo os critérios deles já era considerado como o início do estado de riqueza — nada mais deu certo. Não só a terceira loja não foi para frente como começou a afetar o desempenho das outras duas. Quando eles, a contragosto, fecharam a terceira, as outras duas voltaram ao normal. E assim foi para o resto da vida. Tudo que tentavam fazer, além das duas lojas, jamais deu certo. Para eles, a riqueza era perigosa e sempre que conversavam com os filhos sobre as verdades da vida pregavam em bom português o indiscutível valor e a honrosa decência que era a vida deles, apesar de não terem muito dinheiro.
Isso tudo não lhe soa familiar?
Você pode saber lidar muito bem com uma promoção até certo nível salarial sem que represente a menor ameaça. Mas, dali para frente, se ganhar mais dinheiro, passa a se considerar rico. Claro que é preciso levar em conta o que é ser rico para um e o que é ser rico para outro. Para alguém que vem de uma família pobre, ter um carro, uma casa já pode ser considerado sinal de riqueza. Mas se a pessoa já vem de uma família que tem tudo isso, talvez só vá se considerar rico a partir do momento em que tiver a segunda empresa. Vai depender então do nível de ameaça, que não é o mesmo para todos.
Você também tem medo de ficar muito feliz e se entregar ao prazer. Você não se deixa ter nenhum tipo de aventura, não deixa porque é contra sua segurança, contra a idéia de conforto. Só de saber que corre esse risco, já pode começar a disparar em você o sistema de resistência. Aí, surgem os empecilhos que você coleciona: falta de dinheiro, problema financeiro, familiar e de saúde. Aquele que estiver mais à mão, você pega. Diz que as coisas não estão dando certo porque não são para você. Quando forem, elas virão na sua mão. Você se conformou e, se por um lado ficou triste, por outro sentiu até um certo alívio.
Como pode ficar feliz se cada vez que você pensa nisso vêm todos esses empecilhos? Acha que não é o seu caso, porque não quer ver. Mas será que não pode ter um minuto de felicidade? Claro que você não pode ter tudo certinho na vida, porque acha que tudo certinho é monótono. Será que quer mesmo ser feliz?
Para ser feliz, definitivamente, você precisaria não acreditar em coitado, em dificuldade, em problema, em luta, em heroísmo, nem em “vitimismo”. Precisaria ter a ousadia de ser você, de fluir com o seu entusiasmo, de acreditar em motivação. Mas você não quer deixar de ter problema, porque o desafio o motiva. Também faz muitos anos que você não sente motivação espontânea. A gente está tão preso nesse modo de pensar que não sente mais a espontaneidade do entusiasmo e da vocação.
É por isso que as pessoas dizem: felicidade é algo bonito, mas não é deste mundo. Estamos aqui nesta vida para passar provações e sofrimento, para pagar o carma. Não é assim que a gente aprendeu? E se não for bonzinho, vai para o inferno. Mas você já está vivendo num, só que esse é um inferno familiar. O outro pode ser pior, você imagina.
“Mas eu me dou por feliz de a minha vida não ter grandes tragédias. Só de não ter isso, já está bom demais. Afinal, coisa pior poderia acontecer!” Nessa hora você não acredita mais em causa e efeito. O universo joga dados. Se cair um na minha vida, posso sofrer. Ainda bem que não sofri tanto; tem gente que sofre até mais!”. Não é o que você diz? “Também não vou cuspir no prato em que como. Tentar uma coisa melhor, com uma qualidade de vida melhor? E se não der certo, quem me garante? É muito arriscado, tenho medo. Eu não vou.”
Então, você continua o mesmo, porque é perigoso mudar. Qualquer mudança, a gente já deve encarar com desconfiança. Mudar sem preparo psíquico? Não! Com essa cabeça que você tem, jamais vai ter a menor chance. Não pode nem ter entusiasmo, porque é perigoso. Não pode ficar contente, porque depois pode se decepcionar. Sobrou o quê? Sofrer pode, porque é seguro. Não adianta nem eu dar uma fórmula para você ser feliz, porque, se o ameaçar, não vai seguir. Você vai continuar igual.
Texto extraído do livro Prosperidade Profissional, de Luiz Antonio Gasparetto
E ai, vai sair da zona de conforto?

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